O Haikai é um poema breve, de origem japonesa, (Haiku no original japonês) escrito em linguagem simples, sem rima, estruturado em três versos que somam dezessete sílabas poéticas; cinco sílabas no primeiro verso, sete no segundo e cinco no terceiro. Um dos maiores poetas japoneses é Bashô (1644-1694). Foi ele quem codificou e estabeleceu as bases do tradicional haikai japonês. O que o haikai busca é exprimir a experiência direta do poeta com o mundo ao seu redor, em alguns poucos elementos simples.
Um dos discípulos de Bashô escreveu um forte haikai:
Uma libélula rubra.
Tiro-lhe as asas:
Uma pimenta.
Bashô, com uma simples modificação dos termos, o tornou exemplo de criação:
Uma pimenta.
Coloco-lhe asas:
Uma libélula rubra.
Com a chegada de grande número de japoneses no Brasil, iniciada com o navio Kasato Maru, que aportou em Santos-SP em 1908, o estilo conquistou poetas brasileiros, que o deixaram menos rígido em sua métrica.
Millôr Fernandes foi um grande adepto do formato haikai:
Esnobar
É exigir café fervendo
E deixar esfriar.
Paulo Leminiski é outro grande escritor brasileiro a se apaixonar pelo Haikai:
Se pra dar certo tem que seguir a risca,
Por que você não segue
E arrisca.