
Enquanto o Brasil tem um índice de reincidência no crime em torno de 70%, o presídio Professor Jacy de Assis, localizado na cidade mineira de Uberlândia tem um índice de reincidência no crime de 1% em uma parte específica dos presidiários.
Esta diferença esplendorosa tem uma explicação clara: estes presos trabalham. Uma parte deles produz alimentos em uma horta construída pelos próprios detentos.
São colhidas mensalmente pelos presidiários cerca de 400 caixas de hortaliças, tais como alface, repolho, rúcula, couve, pepino, brócolis, mostarda, temperos e algumas frutas. Os agentes penitenciários coordenam o trabalho, que tem cuidado ambiental captando a água das chuvas para irrigar o canteiro de mudas. Os alimentos são vendidos à empresa que fornece refeições ao presídio e a produção é utilizada na alimentação diária dos internos.
Outras atividades produtivas são realizadas por presidiários que realizam trabalhos internos e externos em costura, limpeza, manutenção e obras.
Os presos que trabalham recebem salário e redução de pena e, acima de tudo, uma possibilidade de ser útil, de aumentar sua autoestima, de ver um sentido para a sua vida.
A reflexão que esse caso possibilita é sobre a força transformadora que pode ter um trabalho decente. E se esse é um dos grandes benefícios do trabalho, é preciso que as empresas, seus gestores e todos que delas façam parte construam ambientes, produtos e métodos produtivos que apoiem o desenvolvimento de cada um e que esses também sejam trabalhos libertadores das forças que construirão um futuro melhor para todos.