A primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro veio da luta. Uma luta que começou desde a descoberta do Brasil e que, infelizmente, ainda está muito longe de terminar. É a luta contra a desigualdade, contra as injustiças, contra o racismo, contra a falta de perspectiva de futuro.
A dona da medalha é Rafaela Silva e sua fala, logo após sua conquista, mostra um pouco desta dura realidade: “Uma criança que cresce dentro da comunidade não tem muito objetivo. Mas eu sou uma criança que começou a treinar aos cinco anos por brincadeira e agora sou campeã olímpica.”
O judô chegou ao Brasil no início do século XX, com os primeiros imigrantes japoneses, aqui encontrou adeptos dentro e fora da colônia e se transformou no esporte individual que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil.
Talvez Rafaela pudesse não ter se encontrado com o judô e traçado este caminho para a glória de ser a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016, se não tivesse existido uma pessoa como Flávio Canto, medalha de bronze na Olimpíada de Atenas, que idealizou o Instituto Reação, que é uma organização que promove o desenvolvimento humano por meio do judô e da educação, desde a iniciação esportiva até o alto-rendimento.
Flávio Canto observa que no judô se aprende primeiro a cair e só então a derrubar e esta metáfora, a necessidade de se levantar a cada queda, tem um poder muito grande na hora dos tombos da vida. Além disso, o Instituto Reação promove o desenvolvimento interdisciplinar, o aprendizado como uma forma de alegria e, principalmente, o gosto por praticar valores que vão além da coragem e determinação necessários à prática do esporte, já que o programa educativo desenvolve a disciplina, o compromisso, a responsabilidade e a autonomia.
Uma missão do Instituto Reação é reduzir as distâncias sociais gigantescas e pensa fazer isso trazendo quem está acima social e economicamente a conhecer, interagir e ajudar a mudar a realidade, a dura realidade de quem está nas camadas historicamente desfavorecidas da população.
O maior desafio autoimposto pelo Instituto Reação é que cada uma das crianças que ali chegam acreditem que possam ter sonhos e que estes possam se realizar. A menina Rafaela não tinha sonho. Seu entorno era pobre demais para possibilitar isso, mas chegou ao Instituto acompanhando a irmã, lá descobriu seu sonho: ser campeã olímpica. Impossível? Ela e o Instituto Reação mostraram que não.
E você, qual a sua luta? Qual o seu sonho?
Conheça um pouco do Instituto Reação:
Qual a sua luta: https://goo.gl/8xIr3A
Site: www.institutoreacao.org.br
Foto: Divulgação