Nosso Café com a Oficina de hoje traz à conversa a beleza de Raissa Santana. O assunto poderia ser supérfluo se não fosse a representatividade que tem a história dessa baiana, que hoje tem 21 anos e mudou para o Paraná ainda criança.
Ela é negra, filha de empregada doméstica, morava na favela e cuidava dos irmãos para que a mãe pudesse trabalhar e, há poucos anos, começou a trabalhar para ajudar com as despesas da casa. Ela é linda e é a Miss Brasil 2016.
Sua mãe fala sobre ela: “A Raissa é um exemplo de luta. Algumas vezes, ela ficou triste e desanimada porque o preconceito ainda é muito presente na nossa sociedade. Alguns comentários sobre a pele dela e sobre onde nós morávamos a deixaram muito triste, mas ela batalhou e venceu. Ela é maravilhosa”.
Estatisticamente falando essa história ganha ainda maior repercussão. Pelo censo do IBGE de 2010, 54% dos brasileiros são brancos. Considerando então que quase a metade da população não é branca, seria razoável que muitas vezes a miss Brasil não fosse branca, mas não é o que acontece. A última miss Brasil negra foi Deise Nunes e isso aconteceu há 30 anos.
Sua empresa é justa nas avaliações, promoções e progressão de carreira de quem não é branco? Ou de quem é qualquer outra minoria? Analise as estatísticas, normalmente elas mostram os problemas de forma bastante evidente.
O outro lado da história é o da própria Raissa. Ela não desanimou, mesmo com toda estatística contra ela. Não deixou de ter sonhos, mesmo parecendo que fossem pura utopia. Não se deixou abafar pela dura realidade a seu redor.
Fazer diferença, neste mundo tão desigual requer energia de quem é minoria. Fazer este mundo ser menos desigual requer atitudes justas de quem tem poder na empresas, nos governos e sobretudo, nas ações de cada um.