Polinizando Ideias: Um pedacinho de Klimt

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Gustav Klimt (1862-1918) nasceu em Baumgarten, nas proximidades de Viena, na Áustria Imperial. Mesmo sendo de origem humilde, aos 14 anos começou seus estudos artísticos na Escola de Artes e Ofícios de Viena, devido à sua habilidade no desenho. Rapidamente começou a desenhar retratos, a partir de fotografias e a vendê-los.
O estilo de Gustav começou a se diferenciar, distanciando-se da pintura acadêmica e engajando-se em uma nova perspectiva desenvolveu uma produção de forte cunho decorativo, ganhando grande visibilidade e sendo solicitado para decorar prédios e instituições, como a decoração do teto e das escadarias laterais do imponente “Teatro Municipal de Viena”, além de ter finalizado o projeto de decoração do “Museu Histórico da Arte”.
Novas ideias invadiam Viena e atraiam intelectuais de diversas localidades, criando um cenário fervilhante, que permitiu muitas alterações no conhecimento científico, na sociedade e na arte. Antes de Klimt, os pintores locais eram provincianos e a maioria das obras retratavam a elite vienense. A obra do artista dialogava com a arte japonesa e africana, o que resultou em uma pintura de características absolutamente peculiares.
Klimt tinha um olhar especial sobre o feminino. Fez isso de forma hoje considerada belíssima, mas absolutamente chocante para a época, pois retratava o universo feminino com uma nudez crua, que não tinha paralelo naqueles tempos, rompendo definitivamente com o conservadorismo, retratando as mudanças que são evocadas na troca de século. Paris o reconhecia, enquanto Viena o condenava. Seu quadro Filosofia (destruído em 1945), recebeu o prêmio de melhor obra estrangeira na Exposição Universal de Paris de 1900, enquanto em Viena professores universitários, ao verem essa obra ainda inacabada, exigiram que o Ministério da Cultura suspendesse o apoio ao artista, solicitação que foi negada. Alguns questionaram sua sanidade mental ao avaliarem o erotismo de suas pinturas. Foi perseguido em Viena por mais de 10 anos, até finalmente se renderem a seu talento.
Seu pai era ourives e Klimt usou ouro para envolver as figuras de muitas de suas telas, que levam hoje seis mil pessoas todos os dias ao Museu Belvedere, em Viena que é dono da maior coleção de obras de Klimt – inclusive “O Beijo”, que é uma de suas telas mais famosas. Já, o “Retrato de Adele Bloch-Bauer”, de 1907, demorou três anos para ser finalizado. Foi feito de petróleo, prata e ouro sobre tela. Essa obra foi vendida na Christie’s de Nova Iorque por 135 milhões de dólares em 2006. A história do roubo desta tela pelos nazistas foi retratada no filme A Dama Dourada (Woman in Gold, 2015).
Gustav Klimt disse: “O que queira saber sobre mim – como artista, digno de atenção – deverá observar detidamente meus quadros e tentar reconhecer quem sou e, então, o que quero.”
Seu legado, vivo e pulsante, após 155 anos de sua morte é um grande recado a profissionais de qualquer campo do quanto ser corajoso, ativo, altamente criativo e participar ativamente das transformações pelas quais o mundo sempre está passando é o que faz a vida vale a pena.

Arte sobre:
“Retrato de Adele Bloch-Bauer”
1907
Gustav Klimt
Neue Galerie – Nova Iorque

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