Café com a Oficina: Sussurrofone e a professora genial

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O Banco Mundial, em fevereiro deste ano, divulgou um dado terrível: o Brasil vai demorar 260 anos para atingir o nível de leitura dos países desenvolvidos e 75 anos para atingir esse nível em matemática. O cálculo foi baseado no desempenho dos estudantes brasileiros em todas as edições do PISA, que é a avaliação internacional aplicada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).
 
Esse é um dado que compromete não apenas a educação e cultura brasileiras, mas também a competência profissional brasileira, uma vez que os trabalhadores de todos os níveis têm desempenho inferior ao que poderiam ter, caso compreendessem melhor o português e a matemática.
 
Para servir como um fio de esperança nessa lama educacional em que estamos, a professora Adélia Muniz, da rede municipal de ensino do estado do Piauí, povoado de Cacimba Velha, zona rural de Teresina, criou um equipamento por apenas R$ 3,50 a unidade, feito manualmente com canos e joelhos de PVC.
 
É o “sussurrofone” que é um aparelho parecido com um telefone e que tem como objetivo incentivar a leitura em crianças do 4º e 5º anos. A criança fala no bocal e ouve a ela mesma com certa ampliação na voz, o que a ajuda a controlar o medo e a ansiedade em falar em público, a perceber os próprios erros e a reduzi-los, tanto na leitura, quanto na escrita.
 
Bom demais é que uma escola municipal de Ponta Grossa, no Paraná, gostou da ideia e também a adotou, percebendo ganhos, não apenas na leitura e escrita, mas também na matemática, pois os alunos conseguem se concentrar melhor na descrição do problema, compreendê-lo e achar mais facilmente a solução.
 
Soluções brilhantes não precisam ser caras, nem complexas. A simplicidade tem uma força de realização que permite com que testes sejam feitos rapidamente e as ideias cada vez mais aprimoradas. Você e sua empresa podem incentivar as escolas de primeiro grau a utilizarem o sussurrofone para abreviar o abismo em que estamos frente aos países desenvolvidos.
 
E, para soluções do seu dia-a-dia, busque o simples.
 
Assista: bit.ly/2MmET7e

Café com a Oficina: A História das Coisas

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Em 2007 Annie Leonard ficou famosa após a divulgação do vídeo “The Story of Stuff”, onde conta como o ciclo de extrair, fazer e descartar, impacta no meio ambiente e na vida de todos nós. Em 2010 Annie lançou um livro homônimo relatando de onde surgiu esse interesse e como passou investigar a produção de coisas do mundo.

No Greenpeace, seu primeiro emprego, Annie rastreava o descarte do lixo gerado nos Estados Unidos. Após algumas viagens ela notou que havia um problema nessa organização e em outras que protegem o meio ambiente: a superespecialização das equipes. Uns lutavam pelos animais e pessoas, outros pela água, outros pelas florestas.

Onde estava o erro? O consumo de um minério na produção de componentes eletrônicos aumenta a exploração, abuso e mortes de civis na África. Meses depois há um descarte enorme desses mesmos produtos que ficaram obsoletos, poluindo rios, solo, matando florestas e animais que entram em extinção. Annie notou que a economia é um subsistema da biosfera e precisa respeitar os limites dos outros subsistemas. Os desafios são interligados, mas as soluções que buscamos nem sempre são.

Vivemos num sistema capitalista que promove o consumo, mas o problema básico nunca será só deixar de consumir. Não é só o comportamento individual, mas o que ela chama de “máquina fatal do extrair-fazer-descartar” e ao longo do livro detalha a história da produção de várias coisas sugerindo alternativas para um novo sistema ecológico-econômico.

Extrair ouro suficiente para fabricar uma aliança de casamento, por exemplo, produz 20 toneladas de resíduos contaminados com cianeto. A extração de diamantes gera desmatamento, exploração e mortes. “A indústria fez um fabuloso trabalho em divulgar pedras como símbolo de amor, compromisso, riqueza e status. Mas não temos que acreditar nisso. Há inúmeras outras maneiras de demonstrar essas coisas”, enfatiza Annie.

O problema do lixo não é só o descarte inadequado, mas a extração de recursos naturais, a fabricação e seus processos químicos envolvidos, o design das coisas, a distribuição e o marketing que incentiva o consumo.

Os produtos podem durar mais? A fabricação pode ser menos agressiva ao meio ambiente? O consumidor não pode devolver componentes aos fabricantes? Por que não compartilhar ou comprar usado? Não há outro material que se degrade mais rápido? Uma pessoa precisa possuir mais de 10 pares de sapato, inúmeras roupas e acessórios e descartá-los a cada estação?

Soluções que envolvem governos, leis, comunidades e fornecedores são um sinal de que há esperança. Tudo deve estar interligado em busca de uma economia de materiais reduzida e novas formas culturais de consumo compatíveis com os recursos disponíveis.

Reduzindo a abrangência do pensamento de Annie, vemos que nas empresas, o pensamento departamentalizado também traz inúmeras consequências, o que inclui maiores custos, maiores consequências ao meio ambiente e maiores desgastes de todos os tipos na relações. Pensar o todo! Este é o alerta.

VEJA MAIS:

Link para o livro: https://www.estantevirtual.com.br/…/a-historia-d…/3415121322

Link para o vídeo The Story of Stuff: https://www.youtube.com/watch?v=9GorqroigqM

Link para uma versão resumida: https://www.youtube.com/watch?v=3poTJHeBtBM

Livro: A Historia das Coisas – Annie Leonard | Estante Virtual
www.estantevirtual.com.br

Escolhemos a Estante Virtual por ser coerente com a proposta do próprio livro. Ao invés de comprar algo novo, que tal reutilizarmos?

Café com a Oficina: Sua geladeira já fala com você?

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A Internet das Coisas (Termo que vem do inglês Internet of Things – IoT – objetos conectados à internet e se comunicando) está avançando em velocidade impressionante e já é realidade, que se espalhará rapidamente nos objetos que usamos cotidianamente.
 
Já existem, por exemplo, pulseiras que detectam e armazenam dados de saúde do usuário, tais como batimentos cardíacos, distância percorrida e quantidade de passos e os armazenam em um aplicativo no celular. Podem também enviar dicas, que ajudam a melhorar a saúde de acordo com os dados detectados.
 
Para quem tem problemas de sono, já existe uma máscara que mede o movimento dos olhos, ondas cerebrais e tensão muscular. Com estes dados ajudará o usuário a entender melhor seu sono e definir o tempo dormindo e hora ideal para acordar, de acordo com sua fisiologia.
 
Para as casas é possível interagir à distância, pelo celular (sem intervenção humana, baseado nos parâmetros que você determinou ou, em sistemas inteligentes, onde eles mesmos aprendem a rotina dos moradores e fazem as devidas adequações) e ligar e desligar luzes, ar condicionado, avisar com estardalhaço nos smartphones dos donos se houver detecção de fumaça, por exemplo, ou passagens de pessoas por determinada câmera de segurança. A geladeira, detectando a falta de produtos, poderá emitir uma lista de compras diretamente ao supermercado predileto do dono. Existem lâmpadas inteligentes que podem ser controladas pelo celular, mudando a intensidade ou a cor, deixando o ambiente adequado à situação desejada: mais alegre, mais íntimo, mais confortável.
 
Os carros autônomos e elétricos, além dos controles de caminho via GPS, música e rádio ligados ao celular, poderão se comunicar entre si: um carro com outro carro, e fazerem escolhas de trajeto a partir das informações. Além disso fazem auto check-up completo do veículo, prevenindo o usuário para tomar providências.
 
Sensores podem ajudar a rastrear objetos comumente furtados, como toalhas de hotéis, e tantos outros.
 
As empresas podem imaginar uma rede social das coisas, onde uma máquina interage com outra e toma decisões sem interferência humana ou envia dados e análises para tomada de decisão. Máquinas com auto check-up reduzirão custos e aumentarão a qualidade das manutenções preditivas e preventivas. Sensores que detectam problemas e/ou drones que patrulham as mais diversas condições, simplificarão a tomada de decisão.
 
Sua empresa e você já estão se preparando para estas possibilidades?

Café com a Oficina: Empresa do bem-Ciclo Orgânico

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Nos últimos tempos, vêm surgindo alguns empresários que têm o propósito majestoso de contribuir para reduzir as mazelas provocadas pelo homem contra a natureza e, consequentemente, contra a própria humanidade. Pensar, investir e arriscar em um campo desses ainda surpreende, principalmente pelos cuidados com os detalhes, que não podem destoar do propósito principal. Um negócio desse tipo não pode ter um processo que polua, que não integre pessoas de várias crenças, raças e culturas, não pode passar perto de hierarquias arcaicas e muito menos não ter respeito com as pessoas que fazem o negócio acontecer. Aí está seu duplo desafio.

Uma destas empresa do bem é a Ciclo Orgânico, que foi criada no Rio de Janeiro pelo engenheiro ambiental Lucas Chiabi, de 26 anos, que se indignava de ver o lixo orgânico lotar aterros, quando poderia ser um perfeito insumo para um adubo de alta qualidade. É um negócio social, que tem como propósito construir uma comunidade sem lixo. Sua meta é mudar a forma como as pessoas veem os resíduos: passam a ser uma solução e não um problema. A iniciativa foi vencedora do programa Shell Iniciativa Jovem, em 2015. Em pouco mais de um ano, o número de clientes passou de 15 para cerca de 300 e hoje já são mais de 600.

O negócio é mesmo um ciclo: com uma pequena taxa mensal, eles entregam baldes com vedação para evitar cheiro ou insetos, de tamanhos adequados à quantidade de resíduos orgânicos. As retiradas semanais dos baldes das casas ou empresas são realizadas utilizando a bicicleta como meio de transporte. Este resíduo entra em processo de compostagem*, vira adubo que é aplicado em hortas. O cliente pode optar por receber mensalmente um pacote de adubo ou mudas de tempero.

*Compostagem é o nome do processo de decomposição de matéria orgânica (principalmente restos de frutas, verduras e legumes, mas também saquinhos de chá, toalhas de papel). O resultado desse processo é o adubo, que é usado para a fertilização do solo.

A empresa já tem 6 funcionários de carteira assinada e, por enquanto, cerca de 25 toneladas de resíduos são recolhidas por mês, reduzindo o peso nos caminhões de lixo e, a médio e longo prazos, a quantidade deste caminhões circulando pela cidade. Alivia também a carga diária de resíduos nos lixões e aterros sanitários. O trabalho deles, desde 2015, fez com que fossem lançadas 150 toneladas de CO2 a menos na atmosfera.

Por enquanto eles atendem somente a cidade do Rio de Janeiro, mas a torcida é que ampliem sua abrangência e apoiem o Brasil todos a dar um tratamento muito melhor a seus resíduos.

Jovens com propósito podem mudar o mundo para muito melhor. Se sua empresa fica no Rio de Janeiro, não fique fora desta iniciativa. Se fica em outro local, por que não incentivar a Ciclo Orgânico a crescer e fazer com que os seus colaboradores sintam-se também fazendo o bem.

https://cicloorganico.com.br/

Café com a Oficina: O líder Zidane

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Um dos cargos de gestão mais difíceis é o de técnico de futebol. Desde um time de várzea até nos clubes com mais torcedores do mundo, a pressão existe, em níveis diferentes, claro, mas as opiniões divergentes, a exigência por resultados onde o vice campeonato é quase nada, é sempre constante.

Zinedine Zidane, no Real Madrid, foi um campeão de títulos. Além dos três campeonatos seguidos da Liga dos Campeões, ele levou o Real Madrid às conquistas do Campeonato Espanhol (2016/2017), de dois Mundiais de Clube (2016 e 2017), de duas Supercopas da Europa (2016 e 2017) e de uma Supercopa da Espanha (2017). Foram 9 títulos (de 13 possíveis) em 876 dias. Todos estes títulos, especialmente o tri campeonato da Liga dos Campeões garantiram seu lugar como técnico do Real, no entanto, ele resolveu sair.

O motivo deste assunto futebolístico aqui no Café com a Oficina é a fala de Zidane:

“Eu tomei a decisão de não continuar como técnico do Real Madrid, é um momento raro, mas esse time precisa de uma mudança para continuar ganhando, precisa de outro discurso, outra metodologia de trabalho e é por isso que tomei essa decisão”.

O que você acha disso? Muitas empresas entraram em grande declínio por não perceber que, em muitos momentos nos quais todos os sinais mostravam um cenário favorável, um olhar novo veria problemas que aqueles que estavam ali não perceberam.

Café com a Oficina: o Brasil dos robôs (é uma ótima notícia)

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Café com a Oficina: o Brasil dos robôs (é uma ótima notícia)

Em um cenário em que vários futurólogos apostam que, das crianças que estão entrando nas escolas, 65% trabalharão em empregos que não existem hoje, é caso de se pensar sobre o que vale a pena estudar.

Se acrescentarmos que, além das crianças, milhões de adultos que estão vivos hoje, ainda estarão trabalhando nos próximos 50 anos, conclui-se que muitos deles também, como as crianças, estarão em empregos do futuro.

Com este cenário, um interesse que parece promissor é a robótica. Este é um campo ainda com cheiro de ficção científica, mas as fábricas já vêm há anos substituindo mão-de-obra humana pelos precisos e obedientes robôs e, para onde se olhe, há algum sinal de que muita novidade (boa e ruim) se avizinha.

Quando olhamos para outros países mais tecnológicos, a tendência é pensar que estamos a milhares de milhas da qualidade deles neste campo. No entanto, uma boa notícia chega para acalentar um pouco esse medo de que viveremos sempre às sombras das tecnologias alheias.

Em um grande festival de robótica, o World Festival, realizado em Houston – EUA, que é considerado a Copa do Mundo da Robótica e que teve 108 equipes competidoras, de estudantes de todo o mundo, com idades de 9 a 16 anos, o Brasil obteve não apenas o primeiro lugar, com a equipe Red Rabbit, com alunos do SESI de Americana-SP, como também o terceiro lugar com a equipe Jedi’s, do SESI de Jundiaí – SP, formada só de meninas. E tem mais: a equipe Big Bang, do SESI de Birigui – SP, ficou em primeiro lugar na apresentação do projeto de pesquisa e a equipe Thunderbóticos, do SESI de Rio Claro – SP, conquistou o segundo lugar em programação do robô.

Pode ser apenas uma gotinha de lubrificante no oceano de ferrugem das nossas necessidades, mas é um sinal de que podemos mais. Claro que nada disso veio sem muito esforço sincronizado de alunos, pais, escolas, professores. Essa é uma ação que precisa inspirar outros esforços na sua família, sua escola, sua equipe de trabalho, sua empresa, sua cidade.

O futuro é incerto, mas é certo e claro que as bases dele estão sendo construídas hoje, a partir de esforço, dedicação e sabedoria. E nada disso cai do céu.

Café com a Oficina: A escassez e o brigadeiro

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O brigadeiro é um doce brasileiro muito conhecido e querido. Vale relembrar um pouco de sua história. A começar do nome que acabou surgindo naturalmente, pois grupos de apoio ao candidato à presidente do Brasil em 1945, Eduardo Gomes, começaram a fazer um doce sem nome e vendê-lo para arrecadar fundos. O candidato era Brigadeiro da aeronáutica e quem vendia os docinhos usava o slogan: “Vote no Brigadeiro, que é bonito e solteiro”. Daí logo se associou o nome do doce à patente e o brigadeiro ganhou certidão de nascimento. Apesar do doce apoio e da divertida propaganda, ele perdeu a eleição para Gaspar Dutra.
 
O doce brigadeiro ganhou o gosto popular e o status de representante da categoria doces brasileiros. Ultimamente são inúmeras as versões gourmet da iguaria, buscando alçar novos voos. No entanto, o aspecto que mais interessa a esse nosso “Café com a Oficina” é a lenda (não há comprovação de sua veracidade) de que esse doce foi criado a partir de um situação de escassez. Ao final da Segunda Guerra, havia escassez de tudo, especialmente de ovos. Assim, a receita não utiliza gemas, o que é muito comum na maioria dos doces brasileiros herdados da culinária portuguesa. A escassez de ovos fez surgir o brigadeiro e a escassez de recursos de campanha fez o brigadeiro ganhar notoriedade e vida longa.
 
A escassez é a pouca disponibilidade de um ingrediente considerado imprescindível. Esse fator, a escassez, pode ser um estimulante para o pensamento criativo, tanto para fazer um doce delicioso sem gemas, quanto para grandes mudanças de perspectivas em projetos de todos os tipos. A escassez de um recurso pode estimular o cérebro a buscar alternativas e algumas resultam em soluções muito melhores do que aquela que usava o recurso.
 
Importante é não esperar um recurso tornar-se escasso para então pensar criativamente. Simular situações de escassez, estimular o cérebro a buscar novas saídas pode gerar boas ideias. Pensar “E se…” E se eu não tivesse carro? E se o petróleo acabasse amanhã? E se eu morasse em uma localidade com poucos recursos? Na empresa, reúna pessoas de diferentes áreas e imaginem a escassez de determinado recurso imprescindível e pensem novas soluções. Pode surgir daí um processo melhor, mais rápido, mais barato e, quem sabe, tão gostoso quanto um bom brigadeiro.

Imagem: Wikipedia 

Café com a Oficina: Você sabe o que é F.O.M.O.?

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Com a distribuição da informação a níveis nunca antes sonhados, veio também um certo desespero “em se saber que não se sabe o que se deveria saber”. Só a avalanche de novos termos para designar novos produtos, serviços ou sentimentos arrasta a todos, sem dó nem piedade.

F.O.M.O. que é a sigla em inglês para Fear Of Missing Out é um destes termos, que pode ou não ser duradouro, mas que traz em si um sentimento recorrente dos que não querem deixar de saber das novidades e entender as mudanças. A expressão Fear of missing out pode ser entendida como aquele medo de estar perdendo alguma novidade importante e ficar obsoleto, não entender uma conversa, não saber usar algum aplicativo que todo o seu círculo já sabe.

Essa tal de F.O.M.O. pode virar uma síndrome (descrita pela primeira vez no ano 2000), causar ansiedade, angústia, depressão, mau humor, que ocorre quando a pessoa utiliza desenfreadamente as redes sociais para saber o que acontece com os outros e fica comparando a sua vida com a vida, muitas vezes maquiada, de outras pessoas conhecidas ou desconhecidas e se deprime.

No entanto, como tudo pode apresentar seu lado bom, ter F.O.M.O. em níveis razoáveis, isto é, manter-se atualizado sem desespero, de forma que o ajude a não perder o bonde da história – ou, a depender de suas características, ajude você a fazer o bonde voar, pode ser um esforço necessário, saudável e não doentio. Saber não apenas por saber, mas para fazer uso das tantas inovações disponíveis ou, melhor ainda, criar novos produtos e serviços, que de alguma forma sejam melhores para todos.

A Oficina de Liderança, em seus, 21 anos sempre incentivou a todos que passaram por nossos programas a buscarem aumentar seu repertório, não apenas para que ficassem alinhados aos tempos contemporâneos, mas também e especialmente para que alimentassem suas possibilidades de serem mais criativos e encontrarem soluções de forma leve, para que a vida seja boa para as pessoas e sustentável para o planeta.

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Café com a Oficina: Reinventando a roda!

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Os pneus são os um dos grandes elementos poluidores do mundo. Algumas ações vêm sendo feitas para aumentar sua reciclagem, no entanto o futuro pode vir a ser muito diferente para estes borrachudos.

A Michelin apresentou na conferência Movin’On em Montreal, uma roda conceito com o nome Airless Vision. É uma ideia revolucionária que une roda e pneu em uma peça única e sem ar. Como já publicamos aqui no Café com a Oficina, a biomimética é uma fonte inesgotável de ideias e, nesse caso, foi a estrutura celular dos corais que inspirou o design conceito dessa roda. Ele é impresso em 3D a partir de materiais biodegradáveis ​​que incluem borracha natural, bambu, papel, latas, madeira, resíduos eletrônicos e plásticos, aparas de pneus, metais usados, roupas, papelão, melaço e cascas de laranja.

A Goodyear não deixou por menos e também investiu na ideia de que o futuro do transporte será movido à energia verde. Seu novo conceito para pneu se chama Oxygene e, vejam só, integra musgo vivo para ajudar a melhorar a qualidade do ar enquanto você viaja. Ele também é impresso em 3D com pneus reciclados e inclui uma luz para ajudar a manter os pedestres seguros.

Disse Terry Gettys, vice-presidente executivo de pesquisa da Michelin: “Você pode estar pensando – bem, isso é um sonho – e você está certo. É um sonho. No entanto, é um sonho altamente realista, já que cada componente do conceito já é um tópico de pesquisa ativo na Michelin.”

E você? Está ajudando sua empresa a sonhar?

Café com a Oficina: Mundo VUCA

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Mundo VUCA é um acrônimo para fazer lembrar quatro características marcantes dessa desafiadora era contemporânea: Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (Volatility, uncertainty, complexity and ambiguity).

Volatilidade: na química, volátil designa tudo que evapora no seu estado normal com facilidade. No mundo organizacional, o amanhã será muito diferente do hoje, pois as mudanças são volúveis e é preciso se adaptar com agilidade e rapidez, para provocar ou se adaptar ao novo. Soluções caríssimas hoje, amanhã custam centavos, trazendo possibilidades que antes seriam consideradas impossíveis. É preciso estar pronto para lidar com o inesperado. Ter clareza do propósito tornou-se ainda mais imprescindível, uma vez que ele é que dará o necessário norte para seguir em busca de resultados que valem a pena.

Incerteza: o futuro é tão incerto que apesar da grande disponibilidade de informações, elas não necessariamente são úteis para compreender o futuro. As soluções de hoje em geral não serão aplicáveis aos problemas do futuro. As empresas precisarão aprender a trabalhar em colaboração com os seus clientes, para entenderem o que eles realmente precisam e experimentar de forma rápida novas soluções. É preciso compreender novos paradigmas. Seguir um plano rigidamente traçado para os próximos 5 anos já não faz mais sentido, pois os caminhos estruturados e rígidos para alcançar os objetivos, estão cada vez mais difíceis de serem eficazes. Os planos de curto, médio e longo prazos sofrerão mudanças constantes.

Complexidade: a conectividade e a interdependência ampliam enormemente o número de variáveis e a complexidade da tomada de decisão. Os modelos tradicionais de planejamento e análise já não são suficientes para prever os resultados. Ações isoladas na verdade não existem, pois elas fazem parte de um sistema complexo. Mesmo que pareça um paradoxo, em um mundo de relações cada vez mais complexas, com múltiplas forças atuantes, as empresas precisam aprender a trabalhar de forma simples e a gerar soluções simples para lidar com a complexidade do mundo.

Ambiguidade: em um mundo ambíguo precisamos aprender a conviver com o erro, a testar hipóteses e a aprender com o que não deu certo. A ambiguidade vem da falta de clareza e concretude, que acaba por dar margem a múltiplas interpretações igualmente pertinentes, não existe uma resposta única. Os impactos de um salto evolutivo não podem ser analisados com base no histórico e em experiências anteriores, pois ele cria um novo cenário. Existem diferentes leituras para os mesmos cenários e diferentes possibilidades para uma mesma oportunidade.

Para se cogitar fazer frente a esse mundo em revolução, uma característica que trouxe o homem da idade da pedra até os dias atuais é imprescindível: a colaboração. E agora praticar colaboração não apenas entre os homens, mas com as demais espécies e também com a natureza.

Trabalhar em equipes fluidas, com pessoas diversas, multifuncionais e dinâmicas, que aprendem juntas e têm coragem para praticar uma comunicação transparente e direta é imprescindível para fazer deste contexto um momento de prazer, aprendizado e conquistas e não de sofrimento.

Imagem: Scott Webb