
Polinizando ideias: Ferida desenhada

“O Reencontro” traz de forma suave, porém contundente, a importância de um Mentor. Esse termo aparece na mitologia grega, sendo o nome de uma pessoa que aconselha, compartilha sabedoria.
Este filme mostra o ganho que qualquer pessoa tem ao buscar inspiração e aprendizado com pessoas que já viveram experiências diferentes e que tenham habilidade de transferir não apenas conhecimento, mas de inspirar novos comportamentos. Mostra também que esta é uma típica relação onde todos ganham, pois o próprio mentor se transforma, se reencontra.
Outro aspecto pelo qual vale assisti-lo é por ele falar e demonstrar a força da imaginação, já que a procura pelo que não está lá é o que mobiliza o ser humano para o novo, para o porvir que vale a pena.
Morgan Freeman interpreta um escritor e se você quiser se encantar e viver um pouco a força que tem a imaginação, fique atento à história do elefante, com a qual ele presenteia a filha da vizinha em seu aniversário, além é claro de seu papel de mentor, que é o tema central deste texto.
Nesta época onde a informação está na palma da mão, um mentor ainda tem importância e relevância para o desenvolvimento de profissionais melhores, de pessoas melhores e é disso que as empresas e o mundo estão precisando mais que nunca.
O Reencontro (The Magic of the Belle Isle)
Diretor: Rob Reiner
Com: Morgan Freeman
EUA
2012
Arte sobre imagem
Para nossa polinização de hoje, escolhemos um poema do americano Robert Frost que, se lido com a atenção e a escuta atentas, poderá produzir belos frutos.
A estrada não trilhada
Robert Frost (1874 – 1963)
Num bosque, em pleno outono, a estrada bifurcou-se,
mas, sendo um só, só um caminho eu tomaria.
Assim, por longo tempo eu ali me detive,
e um deles observei até um longe declive
no qual, dobrando, desaparecia…
Porém tomei o outro, igualmente viável,
e tendo mesmo um atrativo especial,
pois mais ramos possuía e talvez mais capim,
embora, quanto a isso, o caminhar, no fim,
os tivesse marcado por igual.
E ambos, nessa manhã, jaziam recobertos
de folhas que nenhum pisar enegrecera.
O primeiro deixei, oh, para um outro dia!
E, intuindo que um caminho outro caminho gera,
duvidei se algum dia eu voltaria.
Isto eu hei de contar mais tarde, num suspiro,
nalgum tempo ou lugar desta jornada extensa:
a estrada divergiu naquele bosque – e eu
segui pela que mais ínvia me pareceu,
e foi o que fez toda a diferença.
Tradução: Renato Suttana
Arte sobre:
“Retrato de Adele Bloch-Bauer”
1907
Gustav Klimt
Neue Galerie – Nova Iorque
Palco do passeio público, dos músicos, da história, da arte, da arquitetura e fé, essa semana a Piazza Maggiore de Bologna-Italia se transformou em uma gigantesca sala de concerto ao ar livre, dedicado aos encontros do G7 sobre meio ambiente, que será realizado este mês na capital romagnola. A transmissão do concerto foi realizada na tela mais larga da Europa, alimentada através de energia de painéis solares.
A Orchestra del Teatro Comunale di Bologna foi regida pelo italiano Ezio Bosso, maestro, compositor contrabaixista e pianista. Um músico prodígio, autor de cinco sinfonias, concertos, peças para ballet, cinema, teatro, além de inúmeras peças de câmara e solo. Tudo isso já seria fora do normal para um ser humano comum. Ezio Bosso carrega o peso de uma enfermidade terrível, a esclerose lateral amiotrófica (ELA), que vem lhe acometendo os movimentos desde 2011. No meio do processo, um tumor foi retirado do seu cérebro, que segundo ele acelerou todos os seus problemas com a esclerose. Após a cirurgia, Ezio precisou reaprender a tocar todos os instrumentos.
No entanto, a enfermidade em nada afeta sua criatividade, talento e empatia com o público. Ezio fala com dificuldade, que logo se transforma em leveza e transmissão de belos pensamentos e reflexões pontuais. Quando toca e rege a orquestra, o faz com um enorme sorriso, que parece envolver suas dores. De seu esforço descomunal, a música flui solta, como palavras que acariciam o silêncio. Em nenhum momento discorre sobre suas dificuldades ou se lamenta de qualquer coisa, sua atenção é toda voltada para a comunhão musical e filosófica.
O programa dedicado ao meio ambiente, se encerra com a Sinfonia Inacabada de Schubert, que segundo Bosso, é uma das peças mais belas da música. Fazendo alusão ao tema ambiental, a peça que ficou por tanto tempo guardada na gaveta, vive e revive cada vez que é interpretada, mesmo que esteja incompleta. Ao encerrar a sinfonia no segundo o movimento, ao invés dos quatro habituais, o ouvinte leva para si um poema em aberto. Para transformar, reciclar e (re)viver.
“A musica é como o sorriso. Um sorriso talvez não mude uma vida, mas pode mudar um momento e aquele momento, todo um dia. Um dia pode transformar a vida de uma pessoa.”
Site: www.eziobosso.com
Escute: Following a bird [The 12th room]: goo.gl/4cdziw
Foto: Riccardo Savi
São Paulo tem a maior população de japoneses e descendentes fora do Japão. Provavelmente este foi um dos motivos para ser escolhida para abrigar um dos três centros culturais Japan House, que o Japão construiu para propagar sua cultura milenar. As outras localidades escolhidas são Londres, na Inglaterra, e Los Angeles, nos Estados Unidos, mas a de São Paulo foi a primeira a ser inaugurada, no dia 06/05/2017.
A cultura japonesa é muito popular em São Paulo, pois têm uma história que começou com a imigração japonesa no Brasil em 1908. No início, os imigrantes japoneses foram impostos aos trabalhos agrícolas extremamente mal remunerados. Mas, a cada geração, japoneses e seus descendentes melhoraram suas vidas. Em São Paulo e em diversas cidades do Brasil, a cada ano, inúmeros festivais japoneses são realizados e os restaurantes de culinária japonesa fazem sucesso em centenas de cidades brasileiras.
A Japan House paulistana tem uma biblioteca com cerca de 2 mil livros, em português, japonês e inglês, divididos em categorias como design e viagem. Além do acervo tem um restaurante japonês, um café, cinema, lojas e curiosidades como o banheiro em estilo japonês. O prédio tem três andares com atrações gratuitas voltadas à arte, gastronomia e tecnologia. A primeira exposição fica em cartaz até 9 de julho e aborda a relação dos japoneses com o bambu: “Bambu – histórias de um Japão”.
Nesse mundo tão globalizado, há tanta cultura desconhecida a ser desvendada e vir a inspirar ações que valem a pena para toda a humanidade.
Para saber mais: http://www.japanhouse.jp/saopaulo
Tudo sobre viver na Itália e viajar pela Europa
Viagens, curiosidades e experiências na Itália e Europa!
se você rejeita a comida, ignora os costumes, evita o povo e teme a religião, melhor ficar em casa