
Café com a Oficina: Sussurrofone e a professora genial

Café com a Oficina: o Brasil dos robôs (é uma ótima notícia)
Em um cenário em que vários futurólogos apostam que, das crianças que estão entrando nas escolas, 65% trabalharão em empregos que não existem hoje, é caso de se pensar sobre o que vale a pena estudar.
Se acrescentarmos que, além das crianças, milhões de adultos que estão vivos hoje, ainda estarão trabalhando nos próximos 50 anos, conclui-se que muitos deles também, como as crianças, estarão em empregos do futuro.
Com este cenário, um interesse que parece promissor é a robótica. Este é um campo ainda com cheiro de ficção científica, mas as fábricas já vêm há anos substituindo mão-de-obra humana pelos precisos e obedientes robôs e, para onde se olhe, há algum sinal de que muita novidade (boa e ruim) se avizinha.
Quando olhamos para outros países mais tecnológicos, a tendência é pensar que estamos a milhares de milhas da qualidade deles neste campo. No entanto, uma boa notícia chega para acalentar um pouco esse medo de que viveremos sempre às sombras das tecnologias alheias.
Em um grande festival de robótica, o World Festival, realizado em Houston – EUA, que é considerado a Copa do Mundo da Robótica e que teve 108 equipes competidoras, de estudantes de todo o mundo, com idades de 9 a 16 anos, o Brasil obteve não apenas o primeiro lugar, com a equipe Red Rabbit, com alunos do SESI de Americana-SP, como também o terceiro lugar com a equipe Jedi’s, do SESI de Jundiaí – SP, formada só de meninas. E tem mais: a equipe Big Bang, do SESI de Birigui – SP, ficou em primeiro lugar na apresentação do projeto de pesquisa e a equipe Thunderbóticos, do SESI de Rio Claro – SP, conquistou o segundo lugar em programação do robô.
Pode ser apenas uma gotinha de lubrificante no oceano de ferrugem das nossas necessidades, mas é um sinal de que podemos mais. Claro que nada disso veio sem muito esforço sincronizado de alunos, pais, escolas, professores. Essa é uma ação que precisa inspirar outros esforços na sua família, sua escola, sua equipe de trabalho, sua empresa, sua cidade.
O futuro é incerto, mas é certo e claro que as bases dele estão sendo construídas hoje, a partir de esforço, dedicação e sabedoria. E nada disso cai do céu.
O jardim de infância foi imaginado há mais ou menos 200 anos. Antes disso, as escolas que existiam admitiam somente crianças a partir dos 7 anos, eram focadas no professor e não no aluno e o método de ensino era a repetição. As crianças ficavam sentadas esperando o professor falar algo, que seria repetido em voz alta pela classe.
O alemão Friedrich Fröbel imaginou, por volta de 1840, um centro de atividades e jogos para crianças, que mais tarde chamou de Jardim de Infância e que teria como foco ser “uma instituição para a autoinstrução, auto-educação, e auto-desenvolvimento do gênero humano, por meio do brincar, da atividade criativa, e da auto instrução espontânea”. Tudo o que se quer hoje em dia nas empresas e nas escolas. Ele percebeu cedo que o aprendizado é muito mais rápido e prazeroso por meio dos jogos e das atividades práticas.
A idéia se espalhou pelo mundo. Os objetos imaginados e criados por ele para que as crianças pudessem experimentar, jogar, construir e se desenvolverem, tais como bolas, blocos coloridos, ladrilhos geométricos e bastões de diversos tamanhos e cores, bem como a utilização da poesia e do canto estão presentes até hoje nas escolas para crianças. No Brasil o primeiro Jardim de Infância inspirado em Fröbel foi implantado pela professora Emília Erichsen na cidade de Castro, Paraná, em 1862.
O professor do MIT-Massachusetts Institute of Technology, Mitchel Resnick, considerou a invenção de Friedrich Fröbel, o Jardim de Infância, como a mais importante dos últimos 1000 anos superando, em sua opinião, a imprensa, o motor a vapor e a consequente revolução industrial, o computador e todas as tantas invenções ocorridas no último milênio.
Por quê? Porque o aprendizado, por meio da experimentação, libera uma chama criativa que permite ao cérebro encontrar outros caminhos, propor novos entendimentos, criar, criar, criar.
Assim, o Jardim de Infância, imaginado por Friedrich Fröbel incentivou as crianças a imaginar e a concretizar sua imaginação por meio dos castelos construídos com os blocos, das florestas mágicas vindas dos pincéis, das fadas e gnomos vindos das histórias.
Esse processo de imaginação e criação passa a formar um saber real de como realizar coisas concretas e importantes. A imaginação é a porta do futuro e a forma como funciona o jardim da infância é mais útil hoje do que nunca. Para as crianças. Para os adultos. Para os idosos. Para os artistas. Para os profissionais que querem gerar novas ideias, brincar com essas ideias, gerar algo novo a partir delas e precisam desenvolver seus cérebros para isso. E também para estarem preparados para lidar de um jeito bom com situações novas e incertas.
O problema: a maioria dos sistemas de ensino e das estratégias criativas das empresas estão bem distantes do sistema empregado no jardim de infância. Pense nisso.
O coração de São Paulo está pulsando em ritmo de emocionada expectativa: no dia 19/08/2017, finalmente será inaugurado um novo Sesc em pleno centro de uma cidade tão carente desta beleza, desta boa energia que faz com que uma instituição que tem 70 anos seja tão vivaz quanto as milhares de crianças que têm a sorte de ter educação não formal no projeto Curumim, que também aniversaria seus 30 anos neste mês.
Nada menos que o arquiteto Paulo Mendes da Rocha é quem capitaneou esta obra, que já traz vivacidade para um pedaço da cidade onde passam milhares de pessoas todos os dias e já são recepcionadas pelos acolhedores funcionários do novo Sesc 24 de Maio que mostram a que vieram, convidando a todos para inauguração, que tem também o papel de encerrar as comemorações dos 70 anos de atividades do Sesc no estado de São Paulo.
O ousado projeto arquitetônico propôs uma piscina de 500 metros quadrados no alto do 13º andar que jorra em e cortina d’água para o 12º piso, para isso, foi preciso reforçar a estrutura, erguendo-se uma coluna roliça de concreto desde as fundações do edifício até o teto. O edifício todo é um convite à interação com as pessoas, com a cidade, com a arte, com a cultura, com a educação.
O diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos Miranda, disse: “entendemos que Um legado material, com construções bem feitas, bem trabalhadas, se forma também a partir de um espaço convidativo para prática da cidadania.”
Quem viveu um momento que seja em uma das unidades do Sesc espalhadas pelo Brasil sabe que, sim, temos possibilidades de fazer bem feito, de gerar bem-estar, de apoiar e facilitar o acesso à cultura da mais alta qualidade e de sermos educadores e educandos para um país melhor.
Incentivar e apoiar as práticas do Sesc é uma forma de empresas e pessoas contribuírem para que este sonho seja sempre realidade e continue realizando e sonhando com passos ainda mais grandiosos.
Foto: ©Matheus José Maria. Divulgação
A República da Finlândia, país nórdico que faz divisa com a Rússia e a Suécia, com pouco mais de 5 milhões de habitantes, tem atraído as atenções do mundo pela qualidade de sua educação.
A sociedade finlandesa valoriza a educação. O ensino é obrigatório dos 7 aos 16 anos, mas apenas 1% dos estudantes não continuam os estudos após isso. Atualmente, 75% dos adultos entre 25 e 64 anos têm diploma de ensino superior.
Há não muito tempo, por volta de cem anos, havia muita pobreza e quem tinha um diploma era tratado como uma pessoa especial. Hoje em dia, o professor ainda é tratado com muito respeito e trata-se de uma profissão desejada como carreira para os filhos. O professor tem autonomia para escolher os métodos, livros e didática para cumprir o currículo básico.
Na Finlândia, antes de aprenderem os conteúdos, os alunos têm experiências práticas que auxiliarão no seu entendimento futuro. Assim, têm aulas de culinária, poesia, música, línguas, matemática aplicada. O currículo é focado no que os alunos precisam aprender e não no que o professor tem que ensinar.
O cineasta Michael Moore realizou um documentário onde compara a educação nos Estados Unidos com a educação na Finlândia. Ele traz dados surpreendentes: A carga horária dos estudantes é pequena – 20 horas semanais – eles não têm lição de casa e nem testes de múltipla escolha. Não existe escola privada no nível básico, assim, quem tem dinheiro estuda com quem não têm uma condição de vida tão boa e os vínculos futuros tornam-se bem estruturados. E interessa a todos que a escola tenha qualidade.
Os alunos sentem-se tratados como seres pensantes e isso os torna mais responsáveis pelo próprio desenvolvimento. É interessante ver a expressão da Ministra da Educação quando Michael Moore diz que o ensino americano aboliu a dedicação à poesia por não interessar ao mundo corporativo.
Olhe ao redor na sua empresa e verifique se o ambiente é de respeito, desafios ao desenvolvimento e se tempo é utilizado para aquilo que realmente interessa. Sim, ou não?
Trecho do documentário de Michael Moore “Where to Invade Next”:
Um homem que nasceu no meio da música, cantou e encantou crianças sendo ainda uma criança, resolveu aos 35 anos de carreira fazer um trabalho dirigido para divertir, entreter e educar crianças respeitando a inteligência dos pequenos, utilizando a música e sua competência como compositor. Este multi-instrumentista, compositor, arranjador e intérprete, é Jair Oliveira, filho de Jair Rodrigues (1939-2014), que aos 6 anos foi intérprete em um álbum de seu pai. Foi um dos componentes (1984-1986) da Turma do Balão Mágico, sucesso absoluto nos anos 1980.
Quando sua esposa, a atriz e bailarina Tânia Khalill estava grávida de Isabella, sua primeira filha, a inspiração para este trabalho com crianças surgiu. Este momento especial de sua vida fez canalizar seu desejo de compor várias músicas ligadas a pais de primeira viagem e assim acabou por produzir, em conjunto com Tânia, um livro CD que se chamou Grandes Pequeninos, com interpretações de Wilson Simoninha, Seu Jorge, Pedro Mariano, Luciana Mello, dentre outros e foi indicado ao Grammy Latino 2009.
Em 2011, com a chegada de Laurinha, sua segunda filha, compôs músicas agora inspiradas nas suas duas meninas e lançou um segundo álbum e um canal no Youtube, que se chama Grandes Pequeninos. Em breve ele e sua família, vão estrear um programa no Discovery Kids.
Suas composições trazem temas contemporâneos, como a diversidade e temas atemporais como a imaginação, sempre fazendo valer o próprio título Grandes Pequeninos, isto é não deixa nunca de considerar a capacidade e inteligência das crianças na compreensão de temas complexos.
Inspirar e ser inspirado por crianças é uma excelente maneira de perceber novos prismas de mundo, compreender conceitos, redescobrir significados e aprender mais e melhor.
Para conhecer mais:
Site: www.grandespequeninos.com.br
Clip: https://goo.gl/0SDgLz
Imagem: Divulgação Grandes Pequeninos
Lauriceia Rodrigues tinha 34 anos, em 2007. Ela usava a garagem de sua casa na Paraíba, em uma pequena localidade que se chama Mandacaru e fica na periferia de João Pessoa, para servir sopa aos necessitados de sua região.
Uma tragédia familiar a fez perceber que, nas palavras dela, “estava enxugando gelo com o sopão, não resolvendo um problema”. Um sobrinho seu morreu devido ao consumo de crack. Ela que não tinha nenhum contato com o mundo das drogas e achava que já fazia a sua parte para ajudar a humanidade, ficou perdida.
Rapidamente observou o óbvio não tratado pelo governo ou parte da sociedade: “Criança fora da escola precisa de atividade.” Em 2010, começou um “trabalho de formiguinha”. Com o dinheiro de uma rifa, comprou violões e começou a ensinar música à crianças. Em 2012, criou na garagem de sua casa, a ONG “Uma nota musical que salva”.
Hoje ela atende por volta de 60 alunos de 4 a 17 anos e a única obrigação é estarem no ensino fundamental. As crianças se alimentam na ONG e se alguém chega sem calçados, ela dá um jeito de arrumar um tênis. Sua família relutou inicialmente em dividir seu espaço privado e recursos com outras crianças, mas hoje sua filha de 10 anos toca saxofone e seu marido apoia a iniciativa da esposa.
A ONG consegue algumas doações de empresas e da comunidade, mas ela usa parte de seu salário como fiscal de limpeza urbana e da venda de trufas para pagar as despesas. Conseguiu também outros apoios, como o Sargento Edilson da PM, que dedica um parte de suas horas de folga para ensinar música no Projeto.
Após 5 anos de trabalho, a ONG já colhe os frutos de seu precioso trabalho: “Você não sabe a felicidade que é ver um garoto que estudou música com a gente trabalhando com carteira assinada”.
Transformar uma tragédia pessoal em energia para apoiar outras pessoas e fazer da música um instrumento de vida, mostra que aqueles que têm seu olhar localizado além do próprio umbigo, podem fazer grandes e rápidas transformações no seu ambiente social ou de trabalho. Viva o trabalho destas fortes “formiguinhas”.
Cenas do projeto: https://goo.gl/JKY5JB
Tudo sobre viver na Itália e viajar pela Europa
Viagens, curiosidades e experiências na Itália e Europa!
se você rejeita a comida, ignora os costumes, evita o povo e teme a religião, melhor ficar em casa