A estrutura escolar japonesa difere bastante da brasileira e pode inspirar as empresas a conquistar maior confiança e autoconfiança de seus empregados. Vejamos:
No Japão todos os grandes eventos têm ligação com a natureza. Assim, o ano escolar inicia em abril que é a época mágica da floração das cerejeiras. A cerejeira simboliza para os japoneses o amor, a felicidade, a renovação e a esperança e essa relação é transportada para o início do ano letivo, dando ainda mais significado às aulas.
E o que as empresas poderiam fazer em relação à ligação com a natureza? O cuidado com o meio ambiente é um dos elementos que, além de contribuir eficazmente com a sustentabilidade da empresa e do mundo, provoca vínculo e dá a tão buscada sensação de se estar fazendo algo com propósito. Além de suas obrigações de cuidado sério com insumos e resíduos, as empresas podem fazer grandes e pequenas coisas que aumentem esse vínculo. Algumas empresas já o fazem e têm muitos bons resultados. Uma ideia simples, mas bonita e já duradoura, é a da Alumar-Alumínio do Maranhão que pertence ao Grupo Alcoa. Cada novo empregado planta uma árvore em um bosque e este momento fica registrado com uma placa em seu nome. Algumas empresas estendem esta prática à visitantes e clientes.
As escolas japonesas colocam uma grande ênfase nas boas maneiras, antes mesmo de testarem conhecimentos, assim os estudantes só fazem prova após a quarta série, mas são responsabilizados desde o primeiro dia pelos cuidados com a sala e todo o ambiente escolar. Algo que seria visto como radical no Brasil é que a maioria das escolas japonesas não contrata faxineiros, a organização e limpeza é feita pelos próprios alunos e um dos objetivos é desenvolver a ajuda mútua e o trabalho em equipe.
Grandes empresas no Brasil ainda têm sérios problemas de destruição de bens comuns como mobiliário, ferramentas e, principalmente, banheiros, pois ficam longe da possibilidade de fiscalização. O Valor disciplina precisa ser deixado claro a todos desde o momento em que deseja fazer parte da empresa até nas menores ocorrências do dia a dia. E isso não apenas porque gera menos custos, mas porque todos sentem-se melhores em fazer parte de um ambiente limpo, organizado e cuidado por todos.
A alimentação equilibrada é um item importante da vida japonesa e é apoiado pelas escolas que contratam chefs para desenvolverem cardápios saudáveis.
Muitas empresas brasileiras têm cardápios que incluem açúcar em doses excessivas (em refrigerantes ou “sucos”), cardápio abarrotadas de carboidratos pobres e poucas opções saudáveis e acabam por ter empregados com baixa energia e que adoecem muito. É possível ter alimentação saudável, apetitosa e a custos competitivos. Todos saem ganhando.
O que a empresa faz para aumentar a qualidade de vida, resulta em cidadãos melhores e um país mais pronto para um futuro com o qual todos se sentem responsáveis.
Imagem:
Excerto de “The Little Mermaid Thinking of the Prince”
Chihiro Iwasaki
1967
Chihiro Art Museum
Japão