Café com a Oficina: SpaceX e os 3 Rs

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A empresa SpaceX está revolucionando a indústria de viagens ao espaço. O lançamento do foguete Falcon Heavy mostrou, na prática, o que um sonho pode realizar. Este voo teste para futuras viagens à Marte mostrou que a SpaceX, além de ser uma empresa criativa e inovadora, é também irreverente e não se importando com antigos costumes da indústria aeroespacial americana ou russa, ao invés de mandar um bloco de cimento como prova do que o foguete é capaz de transportar, fez a escolha de enviar um carro vermelho cereja da Tesla Roadster, em uma ousada ação de marketing da empresa Tesla, que protagonizou o primeiro automóvel no espaço. Tornando o momento ainda mais inusitado, o carro é “pilotado” por Starman, um manequim que também serviu para fazer o teste real do traje aeroespacial. Seu nome veio da música de David Bowie, Starman – O Homem das Estrelas. Elon Musk, o empreendedor responsável pelas empresas SpaceX e Tesla disse sobre a ação: “É meio bobo e divertido, mas as coisas bobas e divertidas podem ser importantes”.
 
A força de propulsão do Falcon Heavy é correspondente a de dezoito aviões 747 e ele é capaz de transportar 64 toneladas. O mais surpreendente é que enquanto a NASA em um projeto atual de potência semelhante, o SLS, deve consumir 1 bilhão de dólares, e ainda está longe de concretizá-lo, a SpaceX, uma empresa privada, colocou o seu foguete no ar por 90 milhões de dólares.
 
Como? Usando com força total o conceito sustentável dos 3Rs: Reduzir-Reusar-Reciclar.
 
Um parte significativa dos materiais empregados são reciclados e, os propulsores são reaproveitados, isto é, eles sobem ao espaço impulsionando o foguete e retornam à terra, pousando suavemente em um engenhoso espetáculo. O uso mais corriqueiro desta tecnologia seria, por exemplo, proporcionar uma viagem de Londres a Nova York em 29 minutos, ao invés das atuais 8 horas. Partindo de um ponto da terra para qualquer outro, o tempo máximo seria de 1 hora. Imagine a revolução que isso pode trazer.
 
Pensar nos 3Rs para ações revolucionárias e não apenas como um pequeno ato de fazer de conta que está sendo sustentável pode revolucionar sua vida, sua empresa e o planeta.

Polinizando ideias: O mentor e a imaginação

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“O Reencontro” traz de forma suave, porém contundente, a importância de um Mentor. Esse termo aparece na mitologia grega, sendo o nome de uma pessoa que aconselha, compartilha sabedoria.

Este filme mostra o ganho que qualquer pessoa tem ao buscar inspiração e aprendizado com pessoas que já viveram experiências diferentes e que tenham habilidade de transferir não apenas conhecimento, mas de inspirar novos comportamentos. Mostra também que esta é uma típica relação onde todos ganham, pois o próprio mentor se transforma, se reencontra.

Outro aspecto pelo qual vale assisti-lo é por ele falar e demonstrar a força da imaginação, já que a procura pelo que não está lá é o que mobiliza o ser humano para o novo, para o porvir que vale a pena.

Morgan Freeman interpreta um escritor e se você quiser se encantar e viver um pouco a força que tem a imaginação, fique atento à história do elefante, com a qual ele presenteia a filha da vizinha em seu aniversário, além é claro de seu papel de mentor, que é o tema central deste texto.

Nesta época onde a informação está na palma da mão, um mentor ainda tem importância e relevância para o desenvolvimento de profissionais melhores, de pessoas melhores e é disso que as empresas e o mundo estão precisando mais que nunca.

O Reencontro (The Magic of the Belle Isle)
Diretor: Rob Reiner
Com: Morgan Freeman 
EUA
2012

Café com a Oficina: Galinhas da pradaria ajudando a desburocratização

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As belas galinhas da pradaria são aves nativas da América do Norte, mas a perda de habitat para atividades humanas causou um grande declínio na sua população e sua quase extinção. Porém, devido a esforços e organização de grupos de conservação, aos poucos o número destas aves vem aumentando.

Nos Estados Unidos, nas grandes planícies onde estão essas aves, este cuidado conservacionista com as galinhas da pradaria acabou por implicar em enorme burocracia e muito tempo despendido para a implantação de turbinas eólicas, pois poderiam causar ruptura no processo de crescimento da população destas aves, por interferirem em seus locais de ninho ou de alimentação.

Os próprios interessados nas galinhas ajudaram a melhorar enormemente o processo de instalação das turbinas eólicas, pois perceberam que estariam também contribuindo para um planeta que gera energia mais limpa. Para isso, grupos de conservação criaram um sistema informatizado que mapeia as áreas sensíveis e aprova imediatamente a instalação das turbinas eólicas em local que não traz prejuízo às galinhas da pradaria. O tempo de análise que era de seis meses caiu para zero.

É possível e necessário reunir esforços e saberes de ambientalistas e empresários para que os avanços aconteçam no ritmo que o planeta terra e seus habitantes estão precisando.

Polinizando Ideias: Rosetta em Pedra, Nave e…

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Primeiro a pedra: O Egito antigo, com suas pirâmides, faraós e história milenar era um grande mistério, pois não havia ninguém no planeta capaz de decifrar a antiga linguagem dos egípcios, os hieróglifos. Em 1799, o exército de Napoleão encontrou uma grande pedra de granito pesando mais de 700 quilos. Na pedra estava escrito em baixo relevo três vezes o mesmo texto em três línguas: grego antigo, demótico-que era uma língua egípcia já conhecida na época, e os indecifráveis hieróglifos.

O texto, que era um decreto do rei egípcio Ptolomeu V, promulgado em 196 a.C. possibilitou que estudiosos finalmente decifrassem os hieróglifos e adentrassem à milenar cultura egípcia. Um elo perdido foi restaurado por meio da linguagem e a história da humanidade ficou mais clara e completa. O termo Pedra de Rosetta é utilizado hoje em dia em outros contextos, para se referir a alguma informação essencial de um campo novo de conhecimento.

Agora a Nave: Hoje, 30/09/2016, às 8:20h horário de Brasília, a sonda Rosetta aterrissou no cometa 67P e finalizou com sucesso, há 850 milhões de quilômetros da Terra, sua missão que começou a ser planejada na década de 1990, em projeto conjunto entre a NASA e a ESA (Agência Espacial Européia).

A missão que buscou compreender o surgimento do Sistema Solar foi lançada em março de 2004 com o objetivo de alcançar o 67P e soltar sobre ele o módulo robótico Philae (Philae é o nome de um obelisco egípcio que também ajudou a traduzir a Pedra de Rosetta). O robozinho conseguiu realizar um feito inédito, que emocionou o mundo, em novembro de 2014, pousou no cometa, no entanto o robô ficou em uma área de sombra, sua bateria não pode ser recarregada, mas mesmo assim, cumpriu 80% das análises que lhe cabiam.

A viagem espacial de 12 anos da sonda ofereceu dados que ampliaram o que se sabia sobre o aparecimento da vida na Terra. A missão histórica buscou compreender o surgimento do Sistema Solar, já que os cometas são vestígios da sua matéria primitiva. As últimas imagens da Rosetta enviadas hoje à Terra mostraram o solo do cometa dez segundos e cinco segundos antes do impacto.

A arte, na imaginação de pintores, escultores, escritores e poetas muitas vezes antecipa a ciência. Guilherme Arantes, na década de 1980 compôs a música “Lindo Balão Azul”, com o marcante refrão “Pegar carona nessa cauda de cometa, ver a via Láctea, estrada tão bonita…”

Aproveite a incrível e única capacidade do ser humano de relacionar os vários saberes, eternizados pela linguagem, imaginados pela arte, concretizados pela ciência e vivenciados pela capacidade de sentir de cada um de nós.

Pouso da Roseta com narração do cientista brasileiro Lucas Fonseca, que participou da missão: https://goo.gl/nXw0l1
Para saber mais sobre o pouso do Philae: https://goo.gl/YoWv5x

 

Polinizando ideias: As crianças argentinas e o cinema

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A Argentina tem um padrão cultural muito diferenciado, quando tomamos por base, por exemplo, a relação livrarias X habitantes de Buenos Aires em comparação com São Paulo, percebe-se nitidamente que são muitas páginas de distância. Em 2015, São Paulo tinha 390 livrarias, ou 3,5 livrarias por grupo de 100 mil habitantes, enquanto Buenos Aires tinha 734 ou seja, 25 livrarias a cada 100 mil habitantes. Interessante é, que as livrarias independentes têm um papel fundamental no mercado livreiro argentino, sendo poucas as redes, o que dá um caráter de maior proximidade e influência do livreiro no seu público leitor.

A arquitetura, a música, a ópera, o teatro, os museus também sempre foram grande marcos culturais, apesar das agruras políticas e econômicas que varreram o país nos últimos 50 anos, pelo menos. O tango e a milonga atraem turistas de todo o mundo e também bailarinos em importantes competições de dança locais e internacionais. Assim, a arte é pulsante na sociedade Argentina.

A prova definitiva de que eles sabem unir arte e educação é a nova estratégia que está sendo testada nas escolas primárias: As crianças terão o cinema como matéria curricular. A iniciativa é feita em parceria com a França, que já tem um programa parecido para as crianças na escola primária.

O que o programa prevê, é que as crianças assistirão filmes produzidos pela indústria cinematográfica argentina e aprenderão a analisá-los, sendo assim, o cinema para essa crianças, passará da categoria entretenimento para ser um elemento de desenvolvimento cultural e pessoal na vida dessas crianças.

O desejo é que esta iniciativa, que se chama “Escola vai ao cinema” e é apoiada pelo Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina (INCAA) e pela agência do cinema francês CNC, transforme-se em uma estratégia de longo prazo e passe a fazer parte da política de educação nacional.

Para fazer diferença, em qualquer campo de qualquer indústria e da vida é preciso traçar o futuro desejado e trilhar os caminhos necessários para se chegar lá. Buenos Aires é pioneira no desenvolvimento da indústria criativa na América Latina desde 2001, quando o governo municipal lançou um plano cultural estratégico com objetivo de reforçar o papel da cidade “como um centro regional para a criação, produção e difusão da cultura”. Em meio a esse fervilhar cultural, o cinema argentino têm impressionado o mundo com sua sensibilidade, simplicidade e criatividade.

Conhecer o cinema argentino seja para reflexão ou entretenimento é um bom uso para o tempo de todos que gostam de cinema.

Confira algumas títulos argentinos, que nós da Oficina adoramos:

Plata quemada
Ano: 2000
Argentina/Uruguai/Espanha/França
Direção: Marcelo Piñeyro
Prêmio: Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano

O Filho da Noiva
(El hijo de la novia)
Argentina/Espanha
2001
Direção: Juan José Campanella
Prêmio: Premio Ondas de Cine a la Mejor Actriz

Historias Mínimas
Direção: Carlos Sorín
Ano: 2002
Argentina/Espanha
Prêmio: Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano

Clube da Lua
(Luna de Avellaneda)
Ano: 2004
Argentina
Direção: Juan José Campanella
Indicações: Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano

O Segredo dos Seus Olhos
(El Secreto de Sus Ojos)
Argentina/Espanha
Ano: 2009
Direção: Juan José Campanella
Prêmios: Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano

O Homem ao Lado
(El Hombre de al Lado)
Ano: 2011
Argentina
Direção: Gastón Duprat, Mariano Cohn
Prêmio: Sundance Film Festival Excellence in Cinematography Award: World Cinema Dramatic

Las Acacias
Ano: 2011
Argentina/Espanha
Direção: Pablo Giorgelli
Prêmio: Caméra d’Or – Cannes
Indicações: Satellite Award de Melhor Filme Estrangeiro

Medianeras
Ano: 2011
Argentina/Espanha/Alemanha
Direção: Gustavo Taretto

Um Conto Chinês
(Un cuento chino)
Ano: 2011
Argentina/Espanha
Direção: Sebastián Borensztein
Prêmio: Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano

Relatos Selvagens
(Relatos Salvajes)
Argentina/Espanha
Ano: 2014
Direção: Damián Szifron
Prêmios: Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano, Satellite Award de Melhor Filme Estrangeiro, Critics’ Choice Award: Melhor Filme Estrangeiro
Indicações: Oscar de Melhor Filme Estrangeiro

Truman
Espanha/Argentina
2015
Direção: Cesc Gay
Prêmio: Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano

* Capa – arte sobre fotografia de:
Infância Clandestina
Argentina
2010
Direção: Benjamín Avila
Indicações: Prêmio Goya de Melhor Filme Ibero-Americano

Polinizando ideias: Los Carpinteros: Objeto Vital

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Os três artistas que iniciaram em 1992, em Havana – Cuba, o coletivo Los Carpinteros, muito provavelmente não conhecem Marco Antônio, que trabalha como segurança em São Paulo, Brasil, mais especificamente no CCBB – Centro Cultural do Banco do Brasil.

Ele, no entanto, conhece parte da vasta obra e dela fala com paixão e propriedade aos que têm a sorte de demonstrarem interesse pelos significados da arte do coletivo quando não há nenhum monitor por perto e é horário de trabalho de Marco Antônio, que além de cuidar da segurança das obras, as protege da superficialidade, detalhando fatos e desejos dos seus autores e provocando admiração.

A exposição “Los Carpinteros: objeto vital” é composta por desenhos, aquarelas, esculturas, instalações, vídeos e obras que utilizam, de forma criativa, a arquitetura, a escultura e o design e aliam a competência artesanal ao pensamento crítico e conceitual que só a arte é capaz.

Podem ser apreciadas obras de todas as fases do coletivo, desde sua visão bastante entremeada com aspectos cubanos e sua crise econômica e política que teve seu auge no início do coletivo, passando pela ampliação da visão dos artistas que resultou em obras mais plurais, em sintonia não apenas com Cuba, mas com o mundo, até obras inéditas, feitas exclusivamente para esta exposição.

O belíssimo edifício do CCBB – SP faz uma boa acolhida à diversidade de obras do coletivo e ainda nos brinda com Marco Antônio, um segurança que, ao não se limitar à sua função, faz um espetáculo à parte e, ao mesmo tempo, interligado com os desejos dos artistas demonstrados em todas as suas obras, mas explicitado em “Marquilla Cigarrera Cubana”, obra que integra madeiras nobres encontradas em casarões abandonados por ricaços americanos com a pintura, e mostra a arte dessacralizada, onde dois dos artistas aparecem despidos, visitando uma sala de museu, como a dizer, “estamos aqui, nus apresentando autenticamente a nossa arte”.

Dois vídeos diametralmente distintos que a integram, mostram a pluralidade de alta qualidade de Los Carpinteros e convidam, a não perder a vontade de voltar a jogar.

Exposição: Los Carpinteros: Objeto Vital
Artistas: Alexandre Arrechea, Dagoberto Sánchez e Marco Valdes.
Local: CCBB São Paulo
Curadoria: Rodolfo de Athayde
Quando: 30/07 a 12/10/2016

Foto: Marli Gavioli

Café com a Oficina: Medalha! Medalha!

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O desejo de ganhar medalhas marcou definitivamente o personagem Cão Muttley, do desenho Corrida Maluca da Hanna Barbera e, nos jogos olímpicos mostra a força de sua atração. A medalha é o ápice do reconhecimento e a grande marca de um trabalho bem feito. Um medalhista olímpico é um símbolo de luta, de extrema dedicação, de superação.

O esporte é sempre muito claro em mostrar vencedores e vencidos, mas algo que nem todos sabem, é também pródigo em valorizar o esforço, sem o qual não haveria atletas, não haveria avanço, não apenas no esporte, mas nos mais diversos campos da humanidade. Muitas vezes, o que separa um campeão de um quarto lugar – que não leva medalha – são apenas alguns segundos, ou até centésimos em algumas modalidades.

Desde os Jogos Olímpicos de 1948, em Londres, o Comitê Olímpico Internacional passou a reconhecer, com um diploma olímpico, os atletas que chegam em quarto, quinto e sextos lugares. Desde os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, os diplomas passaram a ser dados também aos sétimos e oitavos colocados.

Para a Olimpíada 2016, no Rio de Janeiro, foram confeccionados pela Casa da Moeda do Brasil 37.347 diplomas de premiação feitos com papel filigranado, feito com madeira extraída legalmente. Os medalhistas também recebem o diploma, que tem tamanho A3 (29,7cm x 42 cm), com selos dourado, prateado e bronze para refletir o prêmio ganho. Para os atletas que ficam da quarta à oitava posição, o selo no diploma é verde.

Somente chegar a ser um atleta olímpico já é um feito maravilhoso e para muito poucos, considerando a população mundial. Chegar até a oitava colocação é extraordinário e merece reconhecimento, pois estes seres humanos de extrema dedicação proporcionam emoções inimagináveis não apenas a seus companheiros, técnicos e familiares, mas a um país, ou ao mundo todo, quando mostram atitudes impressionantes, no desempenho de seus esportes, ou escolhendo ser realmente olímpico e apontar falhas do juiz ou do próprio concorrente, o que facilitaria injustamente sua vida.

Precisamos nos inspirar nestes exemplo de reconhecimento do Comitê Olímpico e aprender a reconhecer não apenas os resultados, mas os esforços de quem está à nossa volta, seja um colega, um gestor, um parente, um amigo.

Grandes resultados vêm com pequenos esforços de reconhecimento.

Polinizando ideias: Instituto Reação: Qual a sua luta?

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A primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro veio da luta. Uma luta que começou desde a descoberta do Brasil e que, infelizmente, ainda está muito longe de terminar. É a luta contra a desigualdade, contra as injustiças, contra o racismo, contra a falta de perspectiva de futuro.

A dona da medalha é Rafaela Silva e sua fala, logo após sua conquista, mostra um pouco desta dura realidade: “Uma criança que cresce dentro da comunidade não tem muito objetivo. Mas eu sou uma criança que começou a treinar aos cinco anos por brincadeira e agora sou campeã olímpica.” 

O judô chegou ao Brasil no início do século XX, com os primeiros imigrantes japoneses, aqui encontrou adeptos dentro e fora da colônia e se transformou no esporte individual que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil.

Talvez Rafaela pudesse não ter se encontrado com o judô e traçado este caminho para a glória de ser a primeira brasileira a conquistar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016, se não tivesse existido uma pessoa como Flávio Canto, medalha de bronze na Olimpíada de Atenas, que idealizou o Instituto Reação, que é uma organização que promove o desenvolvimento humano por meio do judô e da educação, desde a iniciação esportiva até o alto-rendimento.

Flávio Canto observa que no judô se aprende primeiro a cair e só então a derrubar e esta metáfora, a necessidade de se levantar a cada queda, tem um poder muito grande na hora dos tombos da vida. Além disso, o Instituto Reação promove o desenvolvimento interdisciplinar, o aprendizado como uma forma de alegria e, principalmente, o gosto por praticar valores que vão além da coragem e determinação necessários à prática do esporte, já que o programa educativo desenvolve a disciplina, o compromisso, a responsabilidade e a autonomia.

Uma missão do Instituto Reação é reduzir as distâncias sociais gigantescas e pensa fazer isso trazendo quem está acima social e economicamente a conhecer, interagir e ajudar a mudar a realidade, a dura realidade de quem está nas camadas historicamente desfavorecidas da população.

O maior desafio autoimposto pelo Instituto Reação é que cada uma das crianças que ali chegam acreditem que possam ter sonhos e que estes possam se realizar. A menina Rafaela não tinha sonho. Seu entorno era pobre demais para possibilitar isso, mas chegou ao Instituto acompanhando a irmã, lá descobriu seu sonho: ser campeã olímpica. Impossível? Ela e o Instituto Reação mostraram que não.

E você, qual a sua luta? Qual o seu sonho?

Conheça um pouco do Instituto Reação:
Qual a sua luta: https://goo.gl/8xIr3A
Site: www.institutoreacao.org.br

Foto: Divulgação

Café com a Oficina: Não terceirize o feedback

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Nada é tão capaz de contribuir tanto para a mudança de comportamento quanto um feedback bem dado e bem recebido.

Se você viu alguma ação concreta de alguém e percebe que pode ajudá-lo a ser melhor, diga-lhe! Com os cuidados básicos de não ter essa conversa na frente de outras pessoas, e nem você, nem quem irá receber o feedback, estarem comprometidos emocionalmente para uma reflexão saudável.

Não imagine que essa recomendação é válida apenas se você é um gestor e quer desenvolver um membro de sua equipe. O profissional contemporâneo deve estar preocupado e contribuindo com uma corrente contínua de desenvolvimento que inclui seus colegas, seus gestores, fornecedores e clientes internos e externos.

O que não tem validade é um feedback terceirizado, isto é, João vai reclamar de uma conduta de Pedro para Maria e Maria procura João e lhe dá um feedback sem nenhuma propriedade, já que não viu o ato e, caso visse, poderia ter tido uma opinião muito distinta da de Pedro.

Se você é gestor, não tenha informantes, isto é uma tática ditatorial e destruidora de equipes. Ao invés disso, saia de sua sala ou posto de trabalho, interaja com as pessoas e processos e tenha os próprios elementos para dar bons feedbacks desenvolvimentistas. Se você é membro de equipe não seja informante. Diga diretamente o que pensa a seu colega e o ajude a ser melhor. Este é o melhor meio de você desenvolver a si mesmo. Abaixo a fofoca no ambiente de trabalho!

Polinizando Ideias com a força das pessoas.

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Vejam só que belo. Duas mil pessoas compareceram na abertura do 11º Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo, que acontece no Memorial da América Latina, e assistiram a pré-estreia de “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Não acha grande coisa?

Gente bravíssima, que foram conferir algo gratuito, que não é um show pirotécnico, uma estrela musical ou algum enlatado comercial. Não há “vantagem” nenhuma de soberba, de alguma posse instantânea pelo valor do ingresso. Foram em pleno frio rasante paulistano, com o único intuito de se conectarem com a arte.

Volta e meia isso acontece em solo paulistano. Essa cidade é problemática, mas muitas e muitas pessoas almejam o diferente. São elas que levam esse negócio pra frente. Salve.

Algumas pessoas saudosistas repetem o mantra que “no tempo delas havia mais interesse cultural, havia mais qualidade nas obras.” Essas pessoas que tentam subjugar outras gerações, são as que menos fazem algo que estimule o pensamento de agora. Talvez nunca tenham feito em tempo algum.

Esse tipo de manifestação em prol da cidade é o cerne do progresso. Deveria ser exibida e comentada no jornal em horário “nobre” – seja lá o que for isso – para que se replique cada vez mais. Mas não, repetem os meandros políticos intermináveis, como se apenas eles, os dirigentes políticos, pudessem decidir o chão de amanhã. Há de se louvar os que tentam sair da mesmice, para que tenhamos menos ódio e mais reflexão.

Precisamos louvar todas as pessoas que tentam avançar pelo meio mais difícil, porém mais inteligente. Maquinando sua mente em prol de si e consequentemente facilitando o avanço do próximo. Niemeyer ficaria feliz com essa imagem.

11º Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo
20 a 27/07
Confira a programação completa:
www.festlatinosp.com.br/2016

Foto: Divulgação Memorial da América Latina