Café com a Oficina: Você sabe o que é F.O.M.O.?

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Com a distribuição da informação a níveis nunca antes sonhados, veio também um certo desespero “em se saber que não se sabe o que se deveria saber”. Só a avalanche de novos termos para designar novos produtos, serviços ou sentimentos arrasta a todos, sem dó nem piedade.

F.O.M.O. que é a sigla em inglês para Fear Of Missing Out é um destes termos, que pode ou não ser duradouro, mas que traz em si um sentimento recorrente dos que não querem deixar de saber das novidades e entender as mudanças. A expressão Fear of missing out pode ser entendida como aquele medo de estar perdendo alguma novidade importante e ficar obsoleto, não entender uma conversa, não saber usar algum aplicativo que todo o seu círculo já sabe.

Essa tal de F.O.M.O. pode virar uma síndrome (descrita pela primeira vez no ano 2000), causar ansiedade, angústia, depressão, mau humor, que ocorre quando a pessoa utiliza desenfreadamente as redes sociais para saber o que acontece com os outros e fica comparando a sua vida com a vida, muitas vezes maquiada, de outras pessoas conhecidas ou desconhecidas e se deprime.

No entanto, como tudo pode apresentar seu lado bom, ter F.O.M.O. em níveis razoáveis, isto é, manter-se atualizado sem desespero, de forma que o ajude a não perder o bonde da história – ou, a depender de suas características, ajude você a fazer o bonde voar, pode ser um esforço necessário, saudável e não doentio. Saber não apenas por saber, mas para fazer uso das tantas inovações disponíveis ou, melhor ainda, criar novos produtos e serviços, que de alguma forma sejam melhores para todos.

A Oficina de Liderança, em seus, 21 anos sempre incentivou a todos que passaram por nossos programas a buscarem aumentar seu repertório, não apenas para que ficassem alinhados aos tempos contemporâneos, mas também e especialmente para que alimentassem suas possibilidades de serem mais criativos e encontrarem soluções de forma leve, para que a vida seja boa para as pessoas e sustentável para o planeta.

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Café com a Oficina: Uma ideia de ouro

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O Japão está planejando a preparação dos Jogos Olímpicos 2020 e está cuidando de que o legado não seja apenas esportivo, mas especialmente o de influenciar para a mudança do pensamento que leve a um mundo melhor.
 
Um exemplo vem vestido de ouro, prata e bronze: Todas as 5.000 medalhas olímpicas e paralímpicas serão feitas, por incrível que possa parecer, de material reciclado. O Comitê Olímpico solicitou que celulares que seriam descartados, sejam doados para que deles sejam extraídas as pequenas quantidades de ouro, prata, platina e níquel e transformadas nos desejados símbolos do esforço e dedicação da vida de atletas e suas equipes. Para isso, será necessário recolher 8 toneladas de metal extraído dos celulares descartados advindos de um milhão de aparelhos doados.
 
Kohei Uchimura, ginasta japonês dono de três ouros em Jogos Olímpicos, declarou: “As medalhas olímpicas e paralímpicas de Tóquio 2020 serão feitas a partir do pensamento e apreço das pessoas em evitar o desperdício. Acredito que há uma mensagem importante nisso para as gerações futuras”.
 
Abranger mais VALOR além de cumprir com perfeição as metas, cuidando de transformar o presente em um futuro que seja melhor é uma possibilidade real, para a qual as belas e recicladas medalhas japonesas nos impulsionam.

Café com a Oficina: Você vai querer conhecer a Local Motors

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As crianças de quase todo o mundo, principalmente os meninos, passaram bons momentos de sua infância brincando de montar e desmontar carrinhos. A cada dia os automóveis dependem menos da participação de seus condutores para sua operação, deixando para trás aquela brincadeira de infância de ser o próprio montador do seu carro.
 
Por outro lado, as indústrias automobilísticas não vivem o seu melhor momento, existe grande pressão nos países mais evoluídos para que automóveis fiquem longe do centros das cidades e que parem de usar combustíveis fósseis.
 
Enquanto uma indústria automobilística chega a gastar US$ 3 bilhões no processo do desenvolvimento de um novo carro até chegar ao mercado, a Local Motors gasta US$ 3 milhões. O primeiro projeto cuidou do sonho infantil de montar o próprio carro da empresa. O Rally Fighter para existir conseguiu a união por meio da internet, de um grupo de engenheiros e designers para projetar o carro, mantendo os “direitos autorais” destes colaboradores sobre ele. Quem o adquiriu pode participar da montagem do seu próprio carro, ficando 3 semanas na montadora, por isso o nome Local Motors. Eles querem ter microfábricas em muitas localidades, para permitir a realização deste sonho por muitas pessoas, em muitos países. Ainda mais interessante, o carro tem o código fonte totalmente aberto. Isso significa que é possível montar o chassi em casa e comprar as demais partes da Local Motors ou construir em fibra. A empresa disponibiliza os desenhos do chassi, do corpo e esquema da suspensão. Tudo grátis. Apenas logar e baixar.

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Agora, para cuidar também da questão sustentabilidade, eles cocriaram, em parceria com a IBM Watson, o Olli. Um ônibus elétrico para doze passageiros, não precisa de motorista e tem várias partes recicláveis. Impresso em impressora 3D. Pode vir a ser um novo concorrente no mercado de transporte de passageiros, ameaçando inclusive o Uber, taxistas e empresas de transporte. Ele leva 11 horas para ficar pronto, 10 para impressão e 1 hora para montagem. Antes do Olli, haviam lançado o Strati, considerado o primeiro carro impresso em 3D, por ter sua carroceria produzida pela impressora. O diferencial do Olli é sua autonomia e a parceria com a IBM que traz a inteligência do Watson para o miniônibus. O passageiro poderá interagir com o Olli e dizer para onde quer ir e também perguntar como ele funciona. É a internet das coisas em ação.
 
O cofundador e CEO da Local Motors, John Roger, uniu duas questões: o sonho infantil com um modelo de negócio inovador e sustentável. Se o seu sonho ou de sua empresa não estão claros, ou estão baseados apenas no lucro, o futuro deve ser sombrio por aí.
 
https://localmotors.com/
Fotos: Divulgação Local Motors

Café com a Oficina: Novos tempos no design para a sustentabilidade

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O consumo, a pequenos mas decididos passos, está provocando mudanças importantes nas empresas que não querem perder o pé do futuro. O consumidor, principalmente o europeu, já provocou, desde década de 1970, a implantação dos programas de qualidade nas empresas exportadoras brasileiras, a redução de mão de obra infantil, a produção mais enxuta, com menos desperdícios e mais sustentabilidade e a maioria das mudanças mais significativas de produtos e serviços.
Outros elementos também forjaram grandes modificações nos produtos e serviços,por exemplo, a design americana Patricia Moore levou, na década de 1990, o design internacional de produtos para uma direção completamente nova. Ela, em um processo muito diferenciado para a época, colocou-se literalmente no lugar de idosos e pessoas com algum problema de mobilidade e com muitas críticas e grande esforço, conseguiu levar o design a outro patamar. Ela disse: “O design universal é movido pela empatia, uma compreensão de que o tamanho único não serve para todos – e foi em torno disso que toda a minha carreira girou”. Ela conseguiu, dentre muitas outras ações contundentes, a aprovação da Lei dos Americanos Portadores de Deficiências.
O design continua avançando e atualmente está cada vez mais atrelado à sustentabilidade. Nos cursos de arquitetura nas melhores universidades, uma das matérias é o design para a sustentabilidade. Na Gaia Education, com sede na Escócia, mas com cursos on-line para o mundo todo, inclusive para o Brasil, é possível estudar o Design para a Sustentabilidade em 5 módulos: Dimensão Social, Dimensão Econômica, Dimensão Ecológica, Dimensão Visão de Mundo e Dimensão Estúdio.
Fazer a diferença para o mundo, para você e para sua empresa, depende de esforço e busca do autodesenvolvimento. O design sustentável é um caminho aberto para um futuro possível, já que aprimora a compreensão da interação entre o que você é, o que quer da vida e como contribuir para o todo.
Para saber mais sobre os cursos Gaia: https://goo.gl/4t1yvv
 
Foto: divulgação Gaia.

Café com a Oficina: A Tesla e a criação do futuro

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Você conhece a Tesla? Seu CEO, Elon Musk, fazia parte de dois conselhos consultivos do governo americano e declarou esta semana em seu Twitter, momentos após Donald Trump anunciar que os EUA estavam deixando o acordo de Paris: “Estou abandonando os conselhos presidenciais. A mudança climática é real. Deixar o Acordo de Paris não é bom para a América ou para o mundo”. Após ele tomar essa decisão, vários CEOs de grandes empresas americanas o acompanharam.

 Sair na frente é o que a Tesla tem feito nos últimos tempos e os números acabam por antecipar um sucesso que possivelmente virá. Em abril/2017 a Tesla ultrapassou a centenária Ford em valor de mercado, passando a ser cotada em US$ 47,46 bilhões contra US$ 44,89 bilhões da Ford. O mais interessante dessa notícia é que a Ford produziu no primeiro trimestre do ano 1,7 milhão de carros e a Tesla apenas 25 mil carros.

 O que o mercado está valorizando é a visão privilegiada do futuro que a Tesla tem, com a produção exclusiva de carros elétricos e pensando inovações significativas, como pontos de recarga no meio das estradas e uma aplicação aos moldes do Uber, que eles já estão desenhando para o futuro.

 Elon Musk já tem dito a que veio. Além da Tesla Motors, foi criador do PayPal (que revolucionou os meios de pagamento) e da SpaceX (que está balançando os alicerces da conquista do espaço). Seu posicionamento em defesa do Acordo de Paris, que é um tratado que rege medidas de redução de emissão de dióxido de carbono a partir de 2020 e sua meta mais importante é tentar conter o aquecimento global, mostra a beleza e a força que tem um discurso alinhado com a prática.

 Empresas e suas pessoas, seus dirigentes, seus colaboradores não são desvinculados e mostram o que realmente se quer para o futuro. O mercado percebe e, por mais mercantilista (redundantemente falando) que seja, sabe que sem futuro não há possibilidades de ganhos para ninguém. Assim, investir em um futuro sustentável é dever e benefício de todos.

 O planeta e todas as suas demais criaturas agradecem.

Café com a Oficina: Os empregos e o futuro

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Na Rússia, uma casa foi feita em apenas 24 horas, a um custo menor por m² do que o de construções tradicionais e mais: com durabilidade, qualidade e conforto muito superiores. Ela foi construída com uma impressora 3D, que usa massa de concreto ao invés de tinta ou massa plástica.
A empresa que realizou o feito tem como meta ser a maior empresa de construção para resolver problemas de acomodação em todo o mundo, de forma rápida, ecológica, eficiente e confiável.

Lá se vão, em muito breve, muitas categorias de trabalhadores e lá vem profissões ainda nem imaginadas, como operador de impressora ou projetista de edificações em 3D.

A IBM já comercializa consultas ao Watson. Um computador capaz de dar diagnósticos financeiros, jurídicos, oncológicos e muito mais, com precisão muito acima dos humanos, mesmo aqueles com vasto conhecimento técnico.

As profissões mudam e fazem o mundo mudar. É preciso repensar muita coisa, não apenas em termos técnicos, mas também comportamentais para dar conta desse novo mundo que alguém cria ou fazer parte da criação de um novo mundo que valha a pena para todas as criaturas que nele habitam.

Para saber mais de casas impressas: http://apis-cor.com/en/

Para saber mais do Watson: https://www.ibm.com/watson/br-pt/

Imagem:
Detalhe de “Mondo Novo”
Giandomenico Tiepolo
1791
Fondazione Musei Civici di Venezia

Café com a Oficina: Os bebês Finlandeses e o pensamento enxuto

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Desde a década de 1930 a Finlândia distribui aos futuros papais uma caixa contendo presentes para o bebê. Vem com roupinhas adequadas ao clima finlandês, fraldas, produtos de banho e até um álbum para as fotografias da primeira fase da vida, mas o mais surpreendente é que a própria caixa é o principal presente, pois vem com um colchãozinho e pode ser usada como o primeiro berço. Em meados do século passado, a taxa de mortalidade infantil na Finlândia era de 65 a cada mil bebês, uma das piores da Europa. No ranking da UNICEF de 2013, a Finlândia tem uma das melhores taxas de mortalidade infantil de todo o mundo: até os 5 anos, é de 2 a cada 1000 nascimentos. Para comparação, o pior índice de 2013 é de 167, pertencente à Angola.

Vários países estão imitando a simpática e útil caixa finlandesa, adaptando o conteúdo às necessidades e características locais, pois percebeu-se que ela tem o ganho direto de manter a proximidade do bebê com os pais sem o risco de dormir na mesma cama e também é um atrativo para que as gestantes frequentem regularmente as importantes consultas de pré-natal.

Uma boa relação que podemos fazer com essa ideia finlandesa e uma boa prática que se pode incentivar nas empresas, nas casas, no planejamento de férias, nas cidades é a técnica do pensamento enxuto (lean thinking), que é a realização do que precisa ser realizado, sem perda de qualidade, porém evitando desperdícios. O desperdício aumenta  custo, reduz o lucro, aumenta a carga de tempo para se realizar algo e é extremamente prejudicial ao meio ambiente, por utilizar materiais que não precisariam fazer parte do processo.

Passos do Pensamento Enxuto:

  1. Identifique o que é valor para o cliente interno ou externo, a partir do ponto de vista dele.
  2. Localize os desperdícios no processo produtivo.
  3. Garanta que os fluxos sejam contínuos.
  4. Atenda a demanda (de forma a evitar estoques).
  5. Melhore continuamente o processo.

O pensamento enxuto na caixa finlandesa para bebês:

1. Valor: A caixa finlandesa é vista pelos papais clientes como tendo alto valor, não apenas pelo conteúdo adequado, mas pelo carinho e qualidade nela contidos.

2. Desperdícios: Quando a caixa, além de conter presentes adequados, é o próprio e principal presente, além de que é reciclável, é certo que não há desperdícios.

3. Fluxos contínuos: Quando a ideia teve início, o foco eram apenas as famílias com baixo rendimento. Mas desde 1949, a ideia mudou, passando a abranger qualquer família, desde que as mães começassem a frequentar uma clínica pré-natal antes do quarto mês de gravidez. Isso aumentou o fluxo das gestantes ao pré-natal e a produção das caixas ganhou fluidez.

4. Atenda a demanda: Não há relatos de nenhuma família que ficou sem a caixa. Os países que estão entrando nesse programa precisam cuidar de atender a demanda, pois este momento especial de nascimento de um filho aumenta a sensibilidade de qualquer pessoa. O pensamento enxuto ensina a não produzir o que não é necessário e não deixar faltar o que é necessário.

5. Melhoria contínua: A Finlândia deu prova de cuidar de melhorar continuamente este programa. Uma região da Ásia que ofertará esta caixa já pretende colocar um véu para impedir a transmissão da malária. Um país africano pretende fazer uma caixa impermeável para possibilitar usá-la como banheira para o bebê, pois essa é uma grande necessidade por lá.

+ sobre a caixa finlandesa: goo.gl/8qHP6d

+ sobre Pensamento Enxuto: http://trilhaprojetos.com.br/home/sites/default/files/plean.pdf

Polinizando ideias: A Bauhaus e a “arte utilizável” 

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Até o início do século XX, o mundo ocidental fazia uma clara divisão entre as belas artes (tais como a pintura e a escultura) consideradas de nível superior, das artes artesanais e das artes aplicadas a objetos (como a cerâmica, a tecelagem e a marcenaria), que eram consideradas de nível inferior. A escola Bauhaus, fundada em 1925 por Walter Gropius (1883-1969) na cidade de Dessau, Alemanha transformou esta ideia e integrou estas artes, fazendo surgir o moderno conceito de design.

A Bauhaus  seguia o preceito da funcionalidade racional de objetos e das formas habitáveis, usando o lema “A forma segue a função”, o que significa que a forma deve estar a serviço da funcionalidade do objeto ou do espaço e não do capricho pessoal ou de tradições históricas.

O uso de novos materiais pré-fabricados e móveis em aço, sempre funcionais foi uma marca da Bauhaus, que trazia em seus projetos o simples, a geometrização das formas e o predomínio de linhas retas. As paredes deveriam ser lisas, geralmente brancas, abolindo a decoração, que era vista como burguesa. Utilizavam cores neutras como bege, cinza e preto na composição de ambientes. As coberturas das edificações eram planas, transformadas em terraços quando possível. Fachadas possuíam linhas horizontais, sendo frequentemente fechadas em vidro. As janelas eram amplas e havia uma tendência de abolir paredes internas.

O que a Bauhaus queria e realizou, apesar da vida turbulenta de perseguições em meio às duas grandes guerras, era concretizar uma arquitetura moderna que, como a natureza humana, abrangesse a vida em sua totalidade. Seu trabalho se concentrava principalmente em impedir a escravização do homem pela máquina, desenvolvendo objetos e construções que buscavam eliminar as desvantagens da máquina, sem sacrificar nenhuma de suas vantagens reais.

Assim, a arte, que na época era vista como algo reservado para os ricos, algo separado do dia-a-dia, se integrou à vida cotidiana, servindo ao bem comum. Trouxeram a criatividade para a produção em massa, a estética para a funcionalidade. A criatividade virou o meio através do qual a sociedade poderia moldar uma nova realidade.

Suas ideias influenciaram o mundo e chegaram a nossos dias, no design de objetos como os da Apple, em cidades como Brasília, em cadeiras como a Barcelona e em todo o design contemporâneo.

O que movia a Bauhaus era a ideia de que as artes poderiam melhorar significativamente a vida das pessoas e essa ideia, felizmente, é influente até hoje, inclusive em muitos ambientes de trabalho que buscam a arte e o conforto do mobiliário como aliados ao necessário bem estar do trabalhador.

Para saber mais: http://goo.gl/Uw4ZmU

Arte sobre foto: Luminária Christian Dell, Kaiser Idell Model 6631 Luxus