Café com a Oficina: Não terceirize o feedback

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Nada é tão capaz de contribuir tanto para a mudança de comportamento quanto um feedback bem dado e bem recebido.

Se você viu alguma ação concreta de alguém e percebe que pode ajudá-lo a ser melhor, diga-lhe! Com os cuidados básicos de não ter essa conversa na frente de outras pessoas, e nem você, nem quem irá receber o feedback, estarem comprometidos emocionalmente para uma reflexão saudável.

Não imagine que essa recomendação é válida apenas se você é um gestor e quer desenvolver um membro de sua equipe. O profissional contemporâneo deve estar preocupado e contribuindo com uma corrente contínua de desenvolvimento que inclui seus colegas, seus gestores, fornecedores e clientes internos e externos.

O que não tem validade é um feedback terceirizado, isto é, João vai reclamar de uma conduta de Pedro para Maria e Maria procura João e lhe dá um feedback sem nenhuma propriedade, já que não viu o ato e, caso visse, poderia ter tido uma opinião muito distinta da de Pedro.

Se você é gestor, não tenha informantes, isto é uma tática ditatorial e destruidora de equipes. Ao invés disso, saia de sua sala ou posto de trabalho, interaja com as pessoas e processos e tenha os próprios elementos para dar bons feedbacks desenvolvimentistas. Se você é membro de equipe não seja informante. Diga diretamente o que pensa a seu colega e o ajude a ser melhor. Este é o melhor meio de você desenvolver a si mesmo. Abaixo a fofoca no ambiente de trabalho!

Café com a Oficina: Exagero na troca de técnico não motiva a equipe

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No Brasil é muito comum a estratégia da diretoria de mudar o técnico quando um time de futebol está indo mal. O desejo por trás desta ação é que a equipe se sinta novamente motivada e comece a ganhar.

Muitas empresas também acabam utilizando a estratégia de mudar constantemente seus gestores, estejam indo bem ou não. Se suas áreas vão muito mal, são demitidos. Se vão bem, são direcionados a outras áreas para levar suas boas práticas…

Vamos analisar algumas das perdas desta estratégia:

– Visão de Futuro – um dos pilares da motivação é o desejo compartilhado pela equipe de se chegar a algum lugar audacioso, se o gestor mudar muito frequentemente, esse esforço (que não é pequeno) se perde ou se fragmenta.

– Desenvolvimento individual e em equipe – um gestor que realmente cuida do desenvolvimento de cada um e da equipe precisa conhecer cada um e traçar um plano para o desenvolvimento da equipe e de cada um de seus membros, que inclua desafios pertinentes. A mudança precoce do gestor esfacela esta ação.

– Segurança na ação do gestor – quanto mais ele conhece a área onde está, suas interfaces com outras áreas, fornecedores e clientes, mais ele poderá contribuir com os resultados da equipe e da empresa. A cada mudança, a fase de insegurança do novo gestor (por vezes escondida embaixo do tapete) tem que ser ultrapassada pela equipe e por ele e isso causa desgaste.

– Apoio à autonomia – uma equipe autônoma é possível, desde que bem desenvolvida, com visão de futuro clara e com segurança nas ações do gestor e de cada um.
Mudanças contínuas na gestão prejudicam o estabelecimento de postura autônoma, aumentam a burocracia e os erros.

– Relação entre gestor e equipe – um bom gestor desenvolve com sua equipe uma relação de empatia e respeito. Mudanças abruptas dificultam esta relação.

– Resultados sustentáveis – mudanças de gestor podem trazer aparentemente bons resultados, mas frequentemente estes resultados não são sustentáveis, nem mesmo quanto á formação de bons sucessores.

Quando o líder tem tempo (e competência) para deixar a equipe funcionando redonda, trazendo bons resultados, indo em direção ao sonho, ele consegue também ressaltar as competências individuais. E, dificilmente haverá uma equipe bem engrenada, se a todo o momento o “técnico” é substituído.

Podemos conversar sobre muitos outros aspectos deste tema e, sim, há momento em que a mudança de gestor fará muito bem a ele, à equipe e à empresa. Mas é preciso fazer estas mudanças com clareza e lucidez de objetivos pretendidos.