Café com a Oficina: Empresa do bem-Ciclo Orgânico

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Nos últimos tempos, vêm surgindo alguns empresários que têm o propósito majestoso de contribuir para reduzir as mazelas provocadas pelo homem contra a natureza e, consequentemente, contra a própria humanidade. Pensar, investir e arriscar em um campo desses ainda surpreende, principalmente pelos cuidados com os detalhes, que não podem destoar do propósito principal. Um negócio desse tipo não pode ter um processo que polua, que não integre pessoas de várias crenças, raças e culturas, não pode passar perto de hierarquias arcaicas e muito menos não ter respeito com as pessoas que fazem o negócio acontecer. Aí está seu duplo desafio.

Uma destas empresa do bem é a Ciclo Orgânico, que foi criada no Rio de Janeiro pelo engenheiro ambiental Lucas Chiabi, de 26 anos, que se indignava de ver o lixo orgânico lotar aterros, quando poderia ser um perfeito insumo para um adubo de alta qualidade. É um negócio social, que tem como propósito construir uma comunidade sem lixo. Sua meta é mudar a forma como as pessoas veem os resíduos: passam a ser uma solução e não um problema. A iniciativa foi vencedora do programa Shell Iniciativa Jovem, em 2015. Em pouco mais de um ano, o número de clientes passou de 15 para cerca de 300 e hoje já são mais de 600.

O negócio é mesmo um ciclo: com uma pequena taxa mensal, eles entregam baldes com vedação para evitar cheiro ou insetos, de tamanhos adequados à quantidade de resíduos orgânicos. As retiradas semanais dos baldes das casas ou empresas são realizadas utilizando a bicicleta como meio de transporte. Este resíduo entra em processo de compostagem*, vira adubo que é aplicado em hortas. O cliente pode optar por receber mensalmente um pacote de adubo ou mudas de tempero.

*Compostagem é o nome do processo de decomposição de matéria orgânica (principalmente restos de frutas, verduras e legumes, mas também saquinhos de chá, toalhas de papel). O resultado desse processo é o adubo, que é usado para a fertilização do solo.

A empresa já tem 6 funcionários de carteira assinada e, por enquanto, cerca de 25 toneladas de resíduos são recolhidas por mês, reduzindo o peso nos caminhões de lixo e, a médio e longo prazos, a quantidade deste caminhões circulando pela cidade. Alivia também a carga diária de resíduos nos lixões e aterros sanitários. O trabalho deles, desde 2015, fez com que fossem lançadas 150 toneladas de CO2 a menos na atmosfera.

Por enquanto eles atendem somente a cidade do Rio de Janeiro, mas a torcida é que ampliem sua abrangência e apoiem o Brasil todos a dar um tratamento muito melhor a seus resíduos.

Jovens com propósito podem mudar o mundo para muito melhor. Se sua empresa fica no Rio de Janeiro, não fique fora desta iniciativa. Se fica em outro local, por que não incentivar a Ciclo Orgânico a crescer e fazer com que os seus colaboradores sintam-se também fazendo o bem.

https://cicloorganico.com.br/

Café com a Oficina: Reinventando a roda!

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Os pneus são os um dos grandes elementos poluidores do mundo. Algumas ações vêm sendo feitas para aumentar sua reciclagem, no entanto o futuro pode vir a ser muito diferente para estes borrachudos.

A Michelin apresentou na conferência Movin’On em Montreal, uma roda conceito com o nome Airless Vision. É uma ideia revolucionária que une roda e pneu em uma peça única e sem ar. Como já publicamos aqui no Café com a Oficina, a biomimética é uma fonte inesgotável de ideias e, nesse caso, foi a estrutura celular dos corais que inspirou o design conceito dessa roda. Ele é impresso em 3D a partir de materiais biodegradáveis ​​que incluem borracha natural, bambu, papel, latas, madeira, resíduos eletrônicos e plásticos, aparas de pneus, metais usados, roupas, papelão, melaço e cascas de laranja.

A Goodyear não deixou por menos e também investiu na ideia de que o futuro do transporte será movido à energia verde. Seu novo conceito para pneu se chama Oxygene e, vejam só, integra musgo vivo para ajudar a melhorar a qualidade do ar enquanto você viaja. Ele também é impresso em 3D com pneus reciclados e inclui uma luz para ajudar a manter os pedestres seguros.

Disse Terry Gettys, vice-presidente executivo de pesquisa da Michelin: “Você pode estar pensando – bem, isso é um sonho – e você está certo. É um sonho. No entanto, é um sonho altamente realista, já que cada componente do conceito já é um tópico de pesquisa ativo na Michelin.”

E você? Está ajudando sua empresa a sonhar?

Café com a Oficina: “Quem tem fome tem pressa”

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Ter iniciativa é uma das competências mais requeridas em todos os campos da vida. Gente que não se mexe cansa até a mãe e o pai, imagine no trabalho a dificuldade em se manter empregado aquele que é lento, desatento e desinteressado. Claro que a iniciativa tem de vir de mãos dadas com o conhecimento e com a habilidade, mas sem iniciativa, nada se faz, ou se faz a passos tão lentos que nem se percebe a ação.
 
Tenente Ossuci, diretora de uma escola em uma região de bastante necessidade, resolveu que uma boa ideia seria terem plantadas bananeiras ao redor de toda a escola. Isso embelezaria o local e também traria um nutritivo acréscimo à merenda escolar. Como dinheiro não é algo disponível nas escolas brasileiras, alguns apoiadores da ideia se embrenharam no mato e começaram a trazer mudas de bananeira para iniciarem o plantio. A diretora, quando viu as plantas tão pequenas ficou um tanto chateada e disse: “Mas quando é que isso vai dar cacho de banana, eu quero para logo!” Eles disseram que não é assim que funciona, que é preciso plantar a mudinha e esperar pacientemente ela crescer. Ela então conseguiu uma pickup emprestada, se embrenhou no mesmo mato e trouxe bananeiras enormes, algumas já com cacho, as plantou muito bem plantadas. Todas se desenvolveram e os cachos estão cada dia maiores.
 
Este é um pequeno exemplo da ação desta jovem mulher, que é, há apenas 3 anos, diretora de uma escola na cidade de Jaci-Paraná, estado de Rondônia. Ela está revolucionando a vida de mais de 800 jovens que têm a possibilidade de estudar no Colégio Tiradentes. A ação provocou uma reviravolta em um local onde o destino de muitas daquelas crianças era a prostituição, as drogas e o crime. Hoje é berço de pessoas elegantes em seus uniformes impecáveis, que sabem (e vários já até receberam prêmios) que existem possibilidades nas robótica, na música, na matemática e nos estudos.
 
O Mateus é um desses exemplos, de um menino que deixava a mãe e os professores sem saberem como agir, passou a ser o responsável pela fanfarra da escola e desempenha este papel com orgulho e qualidade.
 
Vale frisar que o Colégio Tiradentes é Militar. Antes de se arrepiar e torcer o nariz imaginando que as crianças estão sendo forjadas para a submissão, é bom ler sua missão, que realmente dita os rumos por ali: “Através do humanismo e por elevados padrões de exigência, disciplina e responsabilidade, que valoriza o conhecimento como condição de acesso ao mundo, prestar à comunidade um serviço educacional de excelência contribuindo para a formação de cidadãos críticos e conscientes de seus deveres e direitos. Capazes de atuar como agentes de mudança, num ambiente participativo, aberto e integrador.”
 
A frase título deste Café com a Oficina é de autoria de Betinho. Sim, quem tem fome tem pressa e não é somente a fome física, mas nas empresas, o reconhecimento por um trabalho bem feito, a alegria de ter desafios interessantes, a paz de estar fazendo o país crescer vivendo Valores, sendo Ético.
 
Para conhecer mais sobre o Colégio Tiradentes, sua Diretora-Tenente Ossuci e o Mateus: goo.gl/JJAAV3

Café com a Oficina: Falando de metas

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Meta é a palavra mais falada, amada e odiada, usada em todos os níveis profissionais. Algumas mais ousadas, outras nem tanto. Algumas possíveis, outras impossíveis. Algumas tratadas com leveza, outras embaixo de muita tensão, palavrões, falta de compostura, estresse, etc…

Aí vem a postura do profissional para atingir essa meta. Muitos partem para o ataque na busca de alcançá-la. Outros se desesperam e começam as lamúrias: “esses caras são loucos, onde já se viu uma meta dessas, impossível” e ficam paralisados sem conseguir achar um meio de fazer diferente pra atingir o resultado esperado ou discutir com a chefia a impossibilidade daquela definição e estabelecer em conjunto uma meta plausível.

Dois casos reais para refletirmos um pouco sobre a questão meta:

O primeiro é sobre a compra de um produto e a ação de vendedores, relatado por um consumidor em busca de comprar um eletrodoméstico: “Esses dias passei por uma experiência interessante, fui comprar um produto e pesquisei em várias lojas de produtos similares. O meu pedido era sempre o mesmo em todas as lojas. Era final de mês e todos falaram de suas metas para aquele mês e que fariam tudo para que eu comprasse. O mais interessante foram os argumentos usados. Com exceção de um vendedor (onde escolhi comprar), todos os outros me falaram da diferença brutal do seu produto em relação ao produto da concorrência e sobre como o maior preço deles se justificava tendo em vista a maior qualidade do produto (que, na verdade, era exatamente o mesmo em todas as lojas). Impressionante como estavam mais bem informados sobre os erros e defeitos da concorrência do que sobre os benefícios do produto. Diziam que o concorrente estava mentindo, que o prazo de entrega era falso e por aí foi. Eu escolhi pelo mais ético, aquele que falou do seu produto e que atendia minhas expectativas no prazo de entrega (o mais legal é que entregaram no prazo definido).”

O segundo caso é sobre a visão do funcionário frente às metas “estabelecidas” pela empresa: “Sou uma profissional do sistema financeiro e em uma teleconferência com o gerente regional e gerentes das agências, assisti a uma cena triste. O gerente regional berrando, palavrões escabrosos e de baixíssimo calão se referia aos gerentes dele (sua equipe) como medíocres e sem tesão para atingir as metas estabelecidas pela diretoria. Pressionava e ameaçava com demissão. Um show de horrores. Ninguém teve coragem de frear a falta de educação com medo de demissão. Triste, mas real e atual.”

Metas são necessárias para a vida, profissional ou pessoal. Elas fazem você se nortear, estabelecer e definir caminhos e estratégias. Isso é bom. O que não é saudável são metas definidas sem critérios e empurradas goela a baixo. Também não é saudável engolir as metas sem argumentar, sem usar seu direito de ser respeitado e de dar sua opinião.

É preciso, sempre, em qualquer relação que o valor respeito esteja presente, para que as metas sejam desejadas, desafiadoras mas possíveis e então buscadas com energia e alegria.