Café com a Oficina: O líder Zidane

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Um dos cargos de gestão mais difíceis é o de técnico de futebol. Desde um time de várzea até nos clubes com mais torcedores do mundo, a pressão existe, em níveis diferentes, claro, mas as opiniões divergentes, a exigência por resultados onde o vice campeonato é quase nada, é sempre constante.

Zinedine Zidane, no Real Madrid, foi um campeão de títulos. Além dos três campeonatos seguidos da Liga dos Campeões, ele levou o Real Madrid às conquistas do Campeonato Espanhol (2016/2017), de dois Mundiais de Clube (2016 e 2017), de duas Supercopas da Europa (2016 e 2017) e de uma Supercopa da Espanha (2017). Foram 9 títulos (de 13 possíveis) em 876 dias. Todos estes títulos, especialmente o tri campeonato da Liga dos Campeões garantiram seu lugar como técnico do Real, no entanto, ele resolveu sair.

O motivo deste assunto futebolístico aqui no Café com a Oficina é a fala de Zidane:

“Eu tomei a decisão de não continuar como técnico do Real Madrid, é um momento raro, mas esse time precisa de uma mudança para continuar ganhando, precisa de outro discurso, outra metodologia de trabalho e é por isso que tomei essa decisão”.

O que você acha disso? Muitas empresas entraram em grande declínio por não perceber que, em muitos momentos nos quais todos os sinais mostravam um cenário favorável, um olhar novo veria problemas que aqueles que estavam ali não perceberam.

Café com a Oficina: A escassez e o brigadeiro

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O brigadeiro é um doce brasileiro muito conhecido e querido. Vale relembrar um pouco de sua história. A começar do nome que acabou surgindo naturalmente, pois grupos de apoio ao candidato à presidente do Brasil em 1945, Eduardo Gomes, começaram a fazer um doce sem nome e vendê-lo para arrecadar fundos. O candidato era Brigadeiro da aeronáutica e quem vendia os docinhos usava o slogan: “Vote no Brigadeiro, que é bonito e solteiro”. Daí logo se associou o nome do doce à patente e o brigadeiro ganhou certidão de nascimento. Apesar do doce apoio e da divertida propaganda, ele perdeu a eleição para Gaspar Dutra.
 
O doce brigadeiro ganhou o gosto popular e o status de representante da categoria doces brasileiros. Ultimamente são inúmeras as versões gourmet da iguaria, buscando alçar novos voos. No entanto, o aspecto que mais interessa a esse nosso “Café com a Oficina” é a lenda (não há comprovação de sua veracidade) de que esse doce foi criado a partir de um situação de escassez. Ao final da Segunda Guerra, havia escassez de tudo, especialmente de ovos. Assim, a receita não utiliza gemas, o que é muito comum na maioria dos doces brasileiros herdados da culinária portuguesa. A escassez de ovos fez surgir o brigadeiro e a escassez de recursos de campanha fez o brigadeiro ganhar notoriedade e vida longa.
 
A escassez é a pouca disponibilidade de um ingrediente considerado imprescindível. Esse fator, a escassez, pode ser um estimulante para o pensamento criativo, tanto para fazer um doce delicioso sem gemas, quanto para grandes mudanças de perspectivas em projetos de todos os tipos. A escassez de um recurso pode estimular o cérebro a buscar alternativas e algumas resultam em soluções muito melhores do que aquela que usava o recurso.
 
Importante é não esperar um recurso tornar-se escasso para então pensar criativamente. Simular situações de escassez, estimular o cérebro a buscar novas saídas pode gerar boas ideias. Pensar “E se…” E se eu não tivesse carro? E se o petróleo acabasse amanhã? E se eu morasse em uma localidade com poucos recursos? Na empresa, reúna pessoas de diferentes áreas e imaginem a escassez de determinado recurso imprescindível e pensem novas soluções. Pode surgir daí um processo melhor, mais rápido, mais barato e, quem sabe, tão gostoso quanto um bom brigadeiro.

Imagem: Wikipedia 

Café com a Oficina: Você sabe o que é F.O.M.O.?

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Com a distribuição da informação a níveis nunca antes sonhados, veio também um certo desespero “em se saber que não se sabe o que se deveria saber”. Só a avalanche de novos termos para designar novos produtos, serviços ou sentimentos arrasta a todos, sem dó nem piedade.

F.O.M.O. que é a sigla em inglês para Fear Of Missing Out é um destes termos, que pode ou não ser duradouro, mas que traz em si um sentimento recorrente dos que não querem deixar de saber das novidades e entender as mudanças. A expressão Fear of missing out pode ser entendida como aquele medo de estar perdendo alguma novidade importante e ficar obsoleto, não entender uma conversa, não saber usar algum aplicativo que todo o seu círculo já sabe.

Essa tal de F.O.M.O. pode virar uma síndrome (descrita pela primeira vez no ano 2000), causar ansiedade, angústia, depressão, mau humor, que ocorre quando a pessoa utiliza desenfreadamente as redes sociais para saber o que acontece com os outros e fica comparando a sua vida com a vida, muitas vezes maquiada, de outras pessoas conhecidas ou desconhecidas e se deprime.

No entanto, como tudo pode apresentar seu lado bom, ter F.O.M.O. em níveis razoáveis, isto é, manter-se atualizado sem desespero, de forma que o ajude a não perder o bonde da história – ou, a depender de suas características, ajude você a fazer o bonde voar, pode ser um esforço necessário, saudável e não doentio. Saber não apenas por saber, mas para fazer uso das tantas inovações disponíveis ou, melhor ainda, criar novos produtos e serviços, que de alguma forma sejam melhores para todos.

A Oficina de Liderança, em seus, 21 anos sempre incentivou a todos que passaram por nossos programas a buscarem aumentar seu repertório, não apenas para que ficassem alinhados aos tempos contemporâneos, mas também e especialmente para que alimentassem suas possibilidades de serem mais criativos e encontrarem soluções de forma leve, para que a vida seja boa para as pessoas e sustentável para o planeta.

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Café com a Oficina: Mundo VUCA

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Mundo VUCA é um acrônimo para fazer lembrar quatro características marcantes dessa desafiadora era contemporânea: Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade (Volatility, uncertainty, complexity and ambiguity).

Volatilidade: na química, volátil designa tudo que evapora no seu estado normal com facilidade. No mundo organizacional, o amanhã será muito diferente do hoje, pois as mudanças são volúveis e é preciso se adaptar com agilidade e rapidez, para provocar ou se adaptar ao novo. Soluções caríssimas hoje, amanhã custam centavos, trazendo possibilidades que antes seriam consideradas impossíveis. É preciso estar pronto para lidar com o inesperado. Ter clareza do propósito tornou-se ainda mais imprescindível, uma vez que ele é que dará o necessário norte para seguir em busca de resultados que valem a pena.

Incerteza: o futuro é tão incerto que apesar da grande disponibilidade de informações, elas não necessariamente são úteis para compreender o futuro. As soluções de hoje em geral não serão aplicáveis aos problemas do futuro. As empresas precisarão aprender a trabalhar em colaboração com os seus clientes, para entenderem o que eles realmente precisam e experimentar de forma rápida novas soluções. É preciso compreender novos paradigmas. Seguir um plano rigidamente traçado para os próximos 5 anos já não faz mais sentido, pois os caminhos estruturados e rígidos para alcançar os objetivos, estão cada vez mais difíceis de serem eficazes. Os planos de curto, médio e longo prazos sofrerão mudanças constantes.

Complexidade: a conectividade e a interdependência ampliam enormemente o número de variáveis e a complexidade da tomada de decisão. Os modelos tradicionais de planejamento e análise já não são suficientes para prever os resultados. Ações isoladas na verdade não existem, pois elas fazem parte de um sistema complexo. Mesmo que pareça um paradoxo, em um mundo de relações cada vez mais complexas, com múltiplas forças atuantes, as empresas precisam aprender a trabalhar de forma simples e a gerar soluções simples para lidar com a complexidade do mundo.

Ambiguidade: em um mundo ambíguo precisamos aprender a conviver com o erro, a testar hipóteses e a aprender com o que não deu certo. A ambiguidade vem da falta de clareza e concretude, que acaba por dar margem a múltiplas interpretações igualmente pertinentes, não existe uma resposta única. Os impactos de um salto evolutivo não podem ser analisados com base no histórico e em experiências anteriores, pois ele cria um novo cenário. Existem diferentes leituras para os mesmos cenários e diferentes possibilidades para uma mesma oportunidade.

Para se cogitar fazer frente a esse mundo em revolução, uma característica que trouxe o homem da idade da pedra até os dias atuais é imprescindível: a colaboração. E agora praticar colaboração não apenas entre os homens, mas com as demais espécies e também com a natureza.

Trabalhar em equipes fluidas, com pessoas diversas, multifuncionais e dinâmicas, que aprendem juntas e têm coragem para praticar uma comunicação transparente e direta é imprescindível para fazer deste contexto um momento de prazer, aprendizado e conquistas e não de sofrimento.

Imagem: Scott Webb

Café com a Oficina: A invenção do Jardim de Infância e a criatividade

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O jardim de infância foi imaginado há mais ou menos 200 anos. Antes disso, as escolas que existiam admitiam somente crianças a partir dos 7 anos, eram focadas no professor e não no aluno e o método de ensino era a repetição. As crianças ficavam sentadas esperando o professor falar algo, que seria repetido em voz alta pela classe.

O alemão Friedrich Fröbel imaginou, por volta de 1840, um centro de atividades e jogos para crianças, que mais tarde chamou de Jardim de Infância e que teria como foco ser “uma instituição para a autoinstrução, auto-educação, e auto-desenvolvimento do gênero humano, por meio do brincar, da atividade criativa, e da auto instrução espontânea”. Tudo o que se quer hoje em dia nas empresas e nas escolas. Ele percebeu cedo que o aprendizado é muito mais rápido e prazeroso por meio dos jogos e das atividades práticas.

A idéia se espalhou pelo mundo. Os objetos imaginados e criados por ele para que as crianças pudessem experimentar, jogar, construir e se desenvolverem, tais como bolas, blocos coloridos, ladrilhos geométricos e bastões de diversos tamanhos e cores, bem como a utilização da poesia e do canto estão presentes até hoje nas escolas para crianças. No Brasil o primeiro Jardim de Infância inspirado em Fröbel foi implantado pela professora Emília Erichsen na cidade de Castro, Paraná, em 1862.

O professor do MIT-Massachusetts Institute of Technology, Mitchel Resnick, considerou a invenção de Friedrich Fröbel, o Jardim de Infância, como a mais importante dos últimos 1000 anos superando, em sua opinião, a imprensa, o motor a vapor e a consequente revolução industrial, o computador e todas as tantas invenções ocorridas no último milênio.

Por quê? Porque o aprendizado, por meio da experimentação, libera uma chama criativa que permite ao cérebro encontrar outros caminhos, propor novos entendimentos, criar, criar, criar.

Assim, o Jardim de Infância, imaginado por Friedrich Fröbel incentivou as crianças a imaginar e a concretizar sua imaginação por meio dos castelos construídos com os blocos, das florestas mágicas vindas dos pincéis, das fadas e gnomos vindos das histórias.

Esse processo de imaginação e criação passa a formar um saber real de como realizar coisas concretas e importantes. A imaginação é a porta do futuro e a forma como funciona o jardim da infância é mais útil hoje do que nunca. Para as crianças. Para os adultos. Para os idosos. Para os artistas. Para os profissionais que querem gerar novas ideias, brincar com essas ideias, gerar algo novo a partir delas e precisam desenvolver seus cérebros para isso. E também para estarem preparados para lidar de um jeito bom com situações novas e incertas.

O problema: a maioria dos sistemas de ensino e das estratégias criativas das empresas estão bem distantes do sistema empregado no jardim de infância. Pense nisso.

Polinizando ideias: Ai Weiwei: arte e empatia

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Em 1958, quando Weiwei tinha apenas um ano, seu pai o poeta Ai Qing foi banido para Xinjiang, na fronteira entre China e Rússia. Acusado de ser contra o partido comunista foi obrigado a limpar fossas, mas ensinou seu filho Weiwei sobre poetas e pintores franceses, pois estudou arte na França nos anos 1930.
 
Nos anos 1980 a punição cessou, a família pode retornar a Pequim e então, Ai Weiwei entrou para a Escola de Cinema. Logo fez parte de um grupo que divulgava poesia e pinturas em um local que passou a se chamar Muro Democrático. Rapidamente a iniciativa foi reprimida, um dos integrantes condenado a 10 anos de prisão e Weiwei se auto exilou nos Estados Unidos, levando consigo apenas US$ 30, visto de estudante e o desejo de ser um novo Picasso. Logo saiu da escola e tornou-se um morador ilegal.
 
Quando voltou à China, depois de 12 anos, estava com quase 40 anos e morava com sua mãe. Era pouco produtivo, apenas organizando exposições e publicações. A mãe praticamente lhe deu um ultimato para cuidar da própria vida e ele, em apenas poucas horas, projetou seu próprio estúdio, e o construiu em dois meses. O sucesso foi imediato, foi guindado à posição de principal arquiteto chinês, sem nunca ter estudado arquitetura. Participou do desenho do Estádio Olímpico de Pequim e seu estúdio Fake Design fez mais de 50 projetos.
 
Foi convidado em 2006 para criar um blog, encerrado pelo governo chinês em 2009, que tentou calar sua voz prendendo o artista. Libertado por pressão internacional, exilou-se novamente, desta vez na Alemanha. Weiwei conhece na própria pele a dor de ser um refugiado.
 
Toda a sua história lhe permite ter coração para ouvir carinhosamente, colocando-se de forma verdadeira no lugar do outro. Na filmagem de Human Flow – filme que aborda justamente a condição dos refugiados, a equipe de filmagem sempre estranhava a postura de Weiwei “atrapalhando” as tomadas: levando um chá a alguém, ouvindo atenciosamente a história de outro e chorando junto, sentindo a dor do outro. Essa profunda empatia fez com que os refugiados percebessem que não estavam frente a ouvidos moucos e sentiram-se respeitados.
 
Weiwei faz refletir com seu pensamento: “A crise não é só política, é humana e moral. Discutir os direitos humanos é fundamental. É preciso entender que eles (os refugiados) não pertencem a uma classe especial. São como nós.”
 
O mesmo pode se dizer da hierarquia nas organizações, das relações com terceirizados, com fornecedores: não são uma classe especial, são como nós.
 
Filme: Human Flow – Não existe lar se não há para onde ir
Direção: Ai Weiwei
Gênero: Documentário
Alemanha
2017

Polinizando ideias: Blade Runner 2049 e o poder de uma lembrança

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Blade Runner 2049 quase se chamou na tradução em português: “Blade Runner – Androides Sonham”, nome que se refere ao livro “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, de Philip K. Dick e que inspirou o primeiro filme “Blade Runner” lançado há 30 anos.
A imaginação humana é capaz de alguns inusitados carinhos, como neste Blade Runner 2049, onde lembranças de infância, cuidadosamente imaginadas para parecerem verdadeiras, são implantadas nos replicantes (androides) que foram criados à imagem e semelhança de humanos adultos, para serem seus escravos em tarefas que não interessam aos homens e mulheres de uma terra imprópria para a vida.
A justificativa para as lembranças (que são vitais ao roteiro) é a de propiciar acalanto à dura vida dos replicantes.
Pequenos carinhos podem ser grandes diferenciais, por propiciar momentos de prazer e felicidade que, por vezes, grandes esforços seriam incapazes de proporcionar.
Uma toalha quente para higienizar as mãos em um restaurante japonês, um bombom de boa qualidade sobre o travesseiro de um hotel, um bilhete de boas vindas no trabalho na volta das férias, uma janelinha para a terra (dizem os astronautas), um atendente de padaria que já sabe o que você deseja e o prepara com cuidado, um desenho do seu filho te abraçando.
Se uma empresa consegue encontrar esse meio gentil, carinhoso e genuíno de propiciar um momento de felicidade ao seu cliente, ela se aproxima de uma relação de confiança que tem valor inestimável. Agora, se uma empresa consegue ter ações de carinho e cuidado genuíno com seus empregados, certamente fará com que seu produto, serviço e imagem sejam da melhor qualidade.
Blade Runner 2049
Direção: Denis Villeneuve
Com: Ryan Gosling, Harrison Ford, Robin Wright, Dave Bautista
Estados Unidos
2017

Café com a Oficina: Sabe o que é “exaptação”?

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Se você ainda não conhece o significado de exaptação voltado para a administração, vai se divertir com esse novo aprendizado.

É preciso separar o conceito de exaptação do conceito de evolução por adaptação – que acontece por seleção natural, por exemplo um urso de pelagem branca tinha maior chance de sobreviver no branco ambiente do Ártico e assim foi selecionado naturalmente e seus descendentes foram os vencedores nesta batalha da vida.

Já a exaptação na biologia é quando uma característica que surgiu para uma determinada finalidade, passa para um outro fim bem diferente. Um exemplo é a pena. Dinossauros terrestres desenvolveram as penas com a finalidade de proteção térmica. Alguns de seus descendentes começaram a experimentar o voo e as penas mostraram-se úteis para uma finalidade bem distinta. Outro exemplo são as folhas, que surgiram para proteção da planta e mudaram de função para fazer a fotossíntese (que inicialmente era feita apenas por caules jovens e verdes-que têm essa função até hoje).

As empresas, na batalha por acompanhar o ritmo frenético das mudanças, podem (e devem) também utilizar características que foram criadas para uma finalidade para outra muito diferente. Isto é, praticar a exaptação. Por vezes, usando suas próprias criações em condições muito diferentes, por vezes utilizando uma tecnologia madura de um campo totalmente diferente e resolvendo um problema de outra natureza.

O Viagra foi desenvolvido inicialmente pela Pfizer para ser um novo medicamento para tratar a angina, uma doença cardíaca. Durante os testes da droga, descobriram que um de seus efeitos colaterais era o aumento da irrigação sangüínea no pênis. Ao invés de abandonarem o medicamento, fizeram a exaptação dele para outra finalidade e foi o sucesso que todos sabem.

O just-in-time, sistema criado pelo japoneses para fabricação enxuta, sem estoques, baseou-se em um sistema maduro de distribuição de leite dos fazendeiros americanos.

A própria internet (www – World Wide Web) começou como uma plataforma para compartilhar informações entre universidades e por iniciativa de alguns visionários (por exemplo, Larry Page) transformou-se em uma rede que virou o mundo do avesso.

Use o conceito de exaptação, reunindo pessoas de diferentes formações, experiências e interesses para discutir solução de problemas ou novos produtos ou serviços em um ambiente favorável, não hierarquizado, com diálogo livre e dinâmico para trocar informações. Boas ideias virão.

Obs: A palavra exaptação ficou conhecida na área de biologia devido a um ensaio publicado em 1971 pelos biólogos evolucionários Stephen Jay Gould e Elisabeth Vrba.

Arte:
Excerto de “Architettura sintetica di uomo (Uomo con i baffi)”
Fortunato Depero
1917
MART

Café com a Oficina: As diferentes formas de uma mesma emoção

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Cuidado genuíno é aquela ação que brota do coração. Muitas empresas vêm procurando demonstrar atitudes que as alinhem com a diversidade, mas poucas conseguem transmitir a necessária verdade para emocionar não apenas o público ao qual se direciona a ação, mas a todos que têm a oportunidade de vê-la.

A equipe do Corinthians promoveu uma atividade com o patrocínio da Alcatel e que merece ser vista sem que estraguemos a surpresa:

Conseguir emocionar seus públicos internos e externos é um desafio constante, que só consegue sucesso quando tem base no respeito, na verdade e na leveza.

Café com a Oficina: Você vai querer conhecer a Local Motors

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As crianças de quase todo o mundo, principalmente os meninos, passaram bons momentos de sua infância brincando de montar e desmontar carrinhos. A cada dia os automóveis dependem menos da participação de seus condutores para sua operação, deixando para trás aquela brincadeira de infância de ser o próprio montador do seu carro.
 
Por outro lado, as indústrias automobilísticas não vivem o seu melhor momento, existe grande pressão nos países mais evoluídos para que automóveis fiquem longe do centros das cidades e que parem de usar combustíveis fósseis.
 
Enquanto uma indústria automobilística chega a gastar US$ 3 bilhões no processo do desenvolvimento de um novo carro até chegar ao mercado, a Local Motors gasta US$ 3 milhões. O primeiro projeto cuidou do sonho infantil de montar o próprio carro da empresa. O Rally Fighter para existir conseguiu a união por meio da internet, de um grupo de engenheiros e designers para projetar o carro, mantendo os “direitos autorais” destes colaboradores sobre ele. Quem o adquiriu pode participar da montagem do seu próprio carro, ficando 3 semanas na montadora, por isso o nome Local Motors. Eles querem ter microfábricas em muitas localidades, para permitir a realização deste sonho por muitas pessoas, em muitos países. Ainda mais interessante, o carro tem o código fonte totalmente aberto. Isso significa que é possível montar o chassi em casa e comprar as demais partes da Local Motors ou construir em fibra. A empresa disponibiliza os desenhos do chassi, do corpo e esquema da suspensão. Tudo grátis. Apenas logar e baixar.

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Agora, para cuidar também da questão sustentabilidade, eles cocriaram, em parceria com a IBM Watson, o Olli. Um ônibus elétrico para doze passageiros, não precisa de motorista e tem várias partes recicláveis. Impresso em impressora 3D. Pode vir a ser um novo concorrente no mercado de transporte de passageiros, ameaçando inclusive o Uber, taxistas e empresas de transporte. Ele leva 11 horas para ficar pronto, 10 para impressão e 1 hora para montagem. Antes do Olli, haviam lançado o Strati, considerado o primeiro carro impresso em 3D, por ter sua carroceria produzida pela impressora. O diferencial do Olli é sua autonomia e a parceria com a IBM que traz a inteligência do Watson para o miniônibus. O passageiro poderá interagir com o Olli e dizer para onde quer ir e também perguntar como ele funciona. É a internet das coisas em ação.
 
O cofundador e CEO da Local Motors, John Roger, uniu duas questões: o sonho infantil com um modelo de negócio inovador e sustentável. Se o seu sonho ou de sua empresa não estão claros, ou estão baseados apenas no lucro, o futuro deve ser sombrio por aí.
 
https://localmotors.com/
Fotos: Divulgação Local Motors