Café com a Oficina: Utilização inteligente de recursos

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Hoje apresentamos aos nossos amigos, a nova identidade do Café com a Oficina. Um visual mais leve, afinado com o nosso objetivo de trazer temas breves, mas com conteúdo amplo. Esta é a primeira novidade do pacote que vem por aí! Bom café!

Café com a Oficina: Utilização inteligente de recursos

A maioria das empresas está buscando formas de fazer mais com menos. As campanhas de redução de custos, por vezes, enveredam por caminhos errados, pois custos bem administrados são necessários para qualquer empresa existir e progredir. O ótimo, neste caso, é aprender a eliminar desperdícios. E este é um desafio que pode ser muito prazeroso e realmente resultar em fazer muito mais com muito menos.

O exemplo que daremos a seguir mostra o uso de recursos já existentes gerando bons resultados para outra finalidade. Este caso real pode inspirar você a ter novas visões sobre recursos e custos existentes na sua vida ou na vida de sua empresa.

O exemplo vem da Holanda, que além das flores, tem como símbolo os milhares de ciclistas circulando por toda parte. Essa energia boa sendo gasta, favorecendo a saúde e qualidade de vida das pessoas e reduzindo cargas de poluição do ambiente já foi, durante muitos anos e por si só, um grande ganho para que o país investisse em ciclovias.

Mas alguém pensou diferente e viu que nos grandes espaços destinados a esta forma de se deslocar havia um possível ganho ainda não aproveitado: a geração de energia. Assim, foi inaugurada em Amsterdã a primeira ciclovia solar do mundo.

Um financiamento coletivo bancou a ideia e ela já se mostrou mais eficiente do que as previsões de laboratório. Após um ano de testes, a ciclovia solar está gerando 70 quilowatts/hora por metro quadrado/ano, o suficiente para abastecer toda a necessidade de energia de três casas. Os bons resultados mostram que o investimento é viável e a expectativa é de que ele se pague em 15 anos, retornando o investimento aos financiadores privados que o bancaram e apoiando o setor público a reduzir investimentos elevados em energia não renovável.

Este sistema inovador não é uma cobertura, mas utiliza placas fotovoltaicas como piso. Ao mesmo tempo permite o trajeto de ciclistas e capta energia solar, abrindo possibilidades para que os pisos das estradas rodoviárias possam um dia ser também substituídos por placas solares e fazer grandes campos de coleta solar sem utilizar nem um centímetro a mais de terreno para isso. E assim, os recursos são utilizados com total inteligência, respeitando o meio ambiente e provendo as pessoas com qualidade.

Para saber mais:
http://goo.gl/EN27gW

Foto: Divulgação/SolaRoad

Polinizando ideias: O toque de mestre de Paolo Sorrentino

a juventude 

O mais recente filme do diretor italiano Paolo Sorrentino é um encadeado de temas tão delicados quanto profundos e que estão presentes na vida de cada um e de todos: a amizade, a velhice, a juventude, o sofrimento, a beleza, a raiva, o amor, as lembranças, o futuro, o aprendizado, o reconhecimento, a injustiça, a fragilidade da fama de artistas ou de atletas, a declaração de amor muito além das palavras, o recomeço, a saúde.

Fiquemos aqui, com apenas uma gota do filme, aquela que trata do aprendizado:

Um menino, dedicado estudante de violino, repete várias vezes as notas de uma canção. Um famoso maestro está nas proximidades e acaba por procurá-lo. Pergunta por que está interpretando aquela canção e o menino responde que o seu professor disse que ela seria muito útil para ele, que era um iniciante. O compositor confirma que o professor estava certo, afinal, seu nome é Canção Simples, devido à sua real simplicidade. O menino diz:

“Ela não é apenas simples, ela é muito bela.”

O maestro apresenta-se como sendo o compositor da música e pede licença para reposicionar o braço do pequeno violinista, apenas alguns centímetros acima. No dia seguinte, o menino procura o maestro e lhe diz que aquela pequena correção fez grande diferença no seu desempenho com o violino e então lhe agradece.

O maestro diz que o fato de ele ser canhoto faz com que o que é perfeito para um destro, pode não apresentar os melhores resultados para um canhoto, por isso o posicionamento aconselhado foi um pouco fora do padrão.

E assim, a cena nos faz pensar e repensar em momentos de grandes aprendizados, causados por pequenas mudanças que alguém, sábio e gentil, ofereceu e alguém sedento por aprender, aceitou e aplicou.

Além das muitas reflexões que este filme pode provocar, ele traz alguns momentos tão sublimes em termos de beleza cênica, que o que basta é senti-los plenamente, mergulhando na doçura ou força onírica da imagens e da trilha sonora criativa.

Talvez, para alguns espectadores, a sutileza e fragmentação com que Paolo Sorrentino trata de tantos aspectos da vida humana, poderá soar como superficialidade. Mas para aqueles, que por sorte, por amor, por dor ou por entrega plena ao filme se conectarem plenamente à forma com que ele os apresentou, poderá ter um momento de raro prazer ou belo aprendizado.

Filme: A Juventude
Título Original: La Giovinezza
Direção: Paolo Sorrentino
Com: Michael Caine, Harvey Keitel, Rachel Weisz
País: Itália
Ano: 2015