Café com a oficina: Quando uma pequena palavra muda tudo

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Na Inglaterra do século XVIII, a invenção do motor possibilitou a revolução industrial, que mudou completamente as formas de produção e organização do trabalho.

Grandes massas de trabalhadores começaram a trabalhar no mesmo ambiente, sujo, mal iluminado e tão apertado, que crianças eram recrutadas para trabalhar no exíguo espaço entre máquinas.

A hierarquia foi imitada das grandes organizações então existentes, que eram a igreja e o exército e desse modo hierarquizado, do “manda quem pode e obedece que tem juízo” chegamos ao século XX.

As condições na maior parte do mundo já não são tão insalubres e as crianças já não fazem mais parte do mundo das fábricas, felizmente.

O século XXI ainda pega as organizações com muito por fazer em termos de relações humanas, mas por vezes um bom vento sopra e boas discussões acontecem para arejar estes ares, ainda sombrios em muitas empresas.

A diretoria de uma empresa nossa cliente, ao discutir conosco sobre as competências desejadas, resolveu mudar a competência Gestão de Pessoas, para Gestão com Pessoas.

Este pequeno sinal de um grande avanço na forma de pensar ilumina de possibilidades este mundo das organizações, tão importante para produzir bens e serviços necessários, mas ainda tão desnecessariamente hierarquizado e hostil.

Gestão com pessoas! É uma promissora diferença de pensamento nestes quase 300 anos pós revolução industrial, onde a hierarquia sempre esteve acima do pensar junto. Hoje todos têm acesso à informação, todos querem fazer parte de algo que tenha sentido, todos podem gerir juntos para que resultados que valham a pena não apenas para os acionistas, mas para os clientes, colaboradores e para o planeta sejam alcançados.

Café com a Oficina: A música que salva

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Lauriceia Rodrigues tinha 34 anos, em 2007. Ela usava a garagem de sua casa na Paraíba, em uma pequena localidade que se chama Mandacaru e fica na periferia de João Pessoa, para servir sopa aos necessitados de sua região.

Uma tragédia familiar a fez perceber que, nas palavras dela, “estava enxugando gelo com o sopão, não resolvendo um problema”. Um sobrinho seu morreu devido ao consumo de crack. Ela que não tinha nenhum contato com o mundo das drogas e achava que já fazia a sua parte para ajudar a humanidade, ficou perdida.

Rapidamente observou o óbvio não tratado pelo governo ou parte da sociedade: “Criança fora da escola precisa de atividade.” Em 2010, começou um “trabalho de formiguinha”. Com o dinheiro de uma rifa, comprou violões e começou a ensinar música à crianças. Em 2012, criou na garagem de sua casa, a ONG “Uma nota musical que salva”.

Hoje ela atende por volta de 60 alunos de 4 a 17 anos e a única obrigação é estarem no ensino fundamental. As crianças se alimentam na ONG e se alguém chega sem calçados, ela dá um jeito de arrumar um tênis. Sua família relutou inicialmente em dividir seu espaço privado e recursos com outras crianças, mas hoje sua filha de 10 anos toca saxofone e seu marido apoia a iniciativa da esposa.

A ONG consegue algumas doações de empresas e da comunidade, mas ela usa parte de seu salário como fiscal de limpeza urbana e da venda de trufas para pagar as despesas. Conseguiu também outros apoios, como o Sargento Edilson da PM, que dedica um parte de suas horas de folga para ensinar música no Projeto.

Após 5 anos de trabalho, a ONG já colhe os frutos de seu precioso trabalho: “Você não sabe a felicidade que é ver um garoto que estudou música com a gente trabalhando com carteira assinada”.

Transformar uma tragédia pessoal em energia para apoiar outras pessoas e fazer da música um instrumento de vida, mostra que aqueles que têm seu olhar localizado além do próprio umbigo, podem fazer grandes e rápidas transformações no seu ambiente social ou de trabalho. Viva o trabalho destas fortes “formiguinhas”.

Cenas do projeto: https://goo.gl/JKY5JB

Café com a Oficina: A determinação e as araras azuis

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Um espetáculo da natureza é poder ver um animal em seu habitat natural e preservado. Essa é uma oportunidade cada vez mais rara, pois a humanidade, a passos largos e não planejados, avança sobre árvores, rios e tudo o mais, provocando destruição e morte nos reinos vegetal, animal e mineral.

Ao mesmo tempo (infelizmente em menor escala), uma parcela da humanidade vem se empenhando para que não se percam seres inestimáveis, devido à devastação. Um trabalho que vale conhecer é o de uma jovem profissional que, mesmo partindo do zero, conseguiu transformar seu sonho em viva realidade. Seu nome é Neiva Guedes.

Certo dia de 1989, nos meses iniciais de sua carreira no Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, ela viu um bando de cerca de 30 araras azuis pousadas em uma árvore seca. Ela se encantou e procurou saber tudo sobre elas. Descobriu que, não apenas estavam desaparecendo, mas pouco se sabia sobre elas. Ela tomou a decisão: “Vou conhecê-las, vou estudá-las, para que outras pessoas possam vê-las na natureza.” Assim o fez.

Quando iniciou, ela levantou a quantidade de araras azuis no pantanal: 1.500 araras. Com sua ação, hoje são 5.000. Elas saíram da categoria em extinção, para vulneráveis, o que já é uma grande conquista, mas continua requerendo cuidados constantes devido ao contínuo desmatamento, queimadas, agrotóxico, contaminação por metais pesados e tráfico de animais. Com os primeiros resultados, conseguiu apoiadores e depois patrocinadores, que possibilitam que mais araras sejam monitoradas e conquistem seu espaço na natureza. Hoje são mais de 100 fazendas, que abrem suas porteiras para a pesquisa e conservação da maior das araras existentes.

Essa história traz aprendizados sobre a grande importância do encantamento, do incômodo, da determinação e da persistência em sonhar, para conseguir resultados que valham a pena, em todos os campos da vida.

Para saber mais:
http://www.projetoararaazul.org.br

Polinizando ideias: A força da palavra de Drummond

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A poesia de Carlos Drumond de Andrade (1902-1987) inspirou crianças, adultos, artistas e pensadores desde que surgiu arrebatadora e seguirá inspirando outros tantos.

Seu poema mais conhecido é “No meio do caminho”, onde a pedra é a protagonista. Registraremos aqui um outro poema que se chama “Poesia”:

‘Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.’

Ele é considerado o maior poeta brasileiro do século XX. Mesmo assim, não conseguiu sobreviver de sua arte, conciliou sua vida trabalhando como funcionário público.

Muitas empresas têm em seu quadro de colaboradores artistas de todas as artes. Valorizar de alguma forma estes talentos (festivais internos, alocação correta de potenciais e outros tantos modos) pode fazer o ambiente da empresa ser muito mais saudável e, mais ainda, apoia a empresa a cumprir seu papel de fomentar o saber da sociedade da qual faz parte.

Saiba mais: www.carlosdrummond.com.br

Foto: Felipe Gavioli

Café (ou Bier) com a Oficina: (1516-2016) 500 anos de qualidade alemã.

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O desejo de toda empresa é que seu produto ou serviço seja provedor de solução e encantamento a uma gama de clientes que permita que ela tenha vida longa e sustentável. Isso depende de algo muito sério: qualidade percebida como tal pelos clientes!

Muitas indústrias ao redor do mundo e também no Brasil somente começaram a pensar em qualidade na década de 1970, com os programas vindos da experiência de sucesso que transformou o Japão rural em uma pujante e invejada economia industrial. Mas hoje queremos falar de um programa de qualidade que completou 500 anos e que atende com louvor ao preceito de encantamento.

Trata-se da lei do malte ou lei de pureza alemã (Reinheitsgebot). Esta lei, promulgada na Alemanha no ano de 1516, obriga desde aqueles idos tempos, que os produtores de cerveja alemães sigam a receita água-lúpulo-malte (e mais tarde leveduras) para que possam ter seu produto considerado puro malte.

O estabelecimento desta lei elevou a qualidade, tornou cativos os consumidores, não impediu a boa concorrência, nem a criatividade ou modernidade nos aspectos produtivos e de gestão e criou um mito positivo em torno da cerveja alemã que a transformou em produto de exportação e atração turística.

Um produto ou serviço com qualidade assegurada é um elo eficaz para qualquer empresa que pretenda ter uma relação de confiança com seus clientes. Que os cinco séculos de qualidade da cerveja alemã sejam inspiradores.

Café com a Oficina: Utilização inteligente de recursos

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Hoje apresentamos aos nossos amigos, a nova identidade do Café com a Oficina. Um visual mais leve, afinado com o nosso objetivo de trazer temas breves, mas com conteúdo amplo. Esta é a primeira novidade do pacote que vem por aí! Bom café!

Café com a Oficina: Utilização inteligente de recursos

A maioria das empresas está buscando formas de fazer mais com menos. As campanhas de redução de custos, por vezes, enveredam por caminhos errados, pois custos bem administrados são necessários para qualquer empresa existir e progredir. O ótimo, neste caso, é aprender a eliminar desperdícios. E este é um desafio que pode ser muito prazeroso e realmente resultar em fazer muito mais com muito menos.

O exemplo que daremos a seguir mostra o uso de recursos já existentes gerando bons resultados para outra finalidade. Este caso real pode inspirar você a ter novas visões sobre recursos e custos existentes na sua vida ou na vida de sua empresa.

O exemplo vem da Holanda, que além das flores, tem como símbolo os milhares de ciclistas circulando por toda parte. Essa energia boa sendo gasta, favorecendo a saúde e qualidade de vida das pessoas e reduzindo cargas de poluição do ambiente já foi, durante muitos anos e por si só, um grande ganho para que o país investisse em ciclovias.

Mas alguém pensou diferente e viu que nos grandes espaços destinados a esta forma de se deslocar havia um possível ganho ainda não aproveitado: a geração de energia. Assim, foi inaugurada em Amsterdã a primeira ciclovia solar do mundo.

Um financiamento coletivo bancou a ideia e ela já se mostrou mais eficiente do que as previsões de laboratório. Após um ano de testes, a ciclovia solar está gerando 70 quilowatts/hora por metro quadrado/ano, o suficiente para abastecer toda a necessidade de energia de três casas. Os bons resultados mostram que o investimento é viável e a expectativa é de que ele se pague em 15 anos, retornando o investimento aos financiadores privados que o bancaram e apoiando o setor público a reduzir investimentos elevados em energia não renovável.

Este sistema inovador não é uma cobertura, mas utiliza placas fotovoltaicas como piso. Ao mesmo tempo permite o trajeto de ciclistas e capta energia solar, abrindo possibilidades para que os pisos das estradas rodoviárias possam um dia ser também substituídos por placas solares e fazer grandes campos de coleta solar sem utilizar nem um centímetro a mais de terreno para isso. E assim, os recursos são utilizados com total inteligência, respeitando o meio ambiente e provendo as pessoas com qualidade.

Para saber mais:
http://goo.gl/EN27gW

Foto: Divulgação/SolaRoad

Polinizando ideias: Museu do Amanhã

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A monumental obra arquitetônica realizada pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava já vale a visita à praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro. O edifício tem painéis solares integrados de tal forma à construção, que você precisa estar em busca deles para vê-los. Outro cuidado ecológico é o reuso das águas da Baía de Guanabara, o que além de gerar economia de 9,6 milhões de litros de água ao ano, ainda devolve a água à Baía de forma mais limpa que a recebeu. O paisagismo ficou por conta do escritório Burle Marx e inclui o plantio de 26 espécies, dentre elas o ipê amarelo e o pau brasil. As emissões de gases de efeito estufa são compensadas, por meio da compra de créditos de carbono de projetos certificados, minimizando os impactos das mudanças climáticas. 

As exposições no andar superior são permanentes e no térreo ficam exposições temporárias. A primeira das exposições temporárias coloca o visitante no centro da implosão do elevado Perimetral, que passava ao lado de onde é hoje o museu e que gerou um novo futuro para a cidade do Rio de Janeiro.

As exposições permanentes objetivam fazer refletir sobre o futuro, abordando temas como mudanças climáticas, biodiversidade, crescimento populacional e integração entre cultura e povos. Grandes instalações audiovisuais e jogos interativos ajudam o visitante a percorrer o caminho de onde viemos, nas estações “Cosmos” e “Terra”, quem somos, na estação “Antropoceno”, para onde vamos, na estação “Amanhã” e como queremos ir, na estação “Nós”.

O conceito principal do museu, nas palavras de seu curador Luiz Alberto Oliveira, é a ideia que queremos ajudar a polinizar: “O amanhã não está pronto. Ele será produzido por nossos gestos.” Refletir, repensar e fazer mudanças (mesmo que pequenas, mas na direção correta) em nossos atos cotidianos e nos das nossas empresas é decisivo para que exista um futuro. E que ele valha a pena.

Foto: Divulgação Museu do Amanhã

Café com a Oficina: 15 anos de Wikipédia – o imenso sucesso de uma estratégia colaborativa

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Antes de a internet tornar o conhecimento disponível a qualquer pessoa que pudesse acessá-la, as bibliotecas e as enciclopédias eram os redutos do saber. A internet se popularizou na década de 1990 e, 11 anos mais tarde, surgiu uma ideia que conseguiu ainda causar certa admiração e muito ceticismo: a ideia de que qualquer pessoa pudesse, não apenas consultar informações via internet, mas ser também o cocriador destas informações.

Pode-se ler sobre a história da Wikipédia na própria Wikipédia, é claro: https://goo.gl/3KoC8q e, praticamente, sobre qualquer outro assunto. A impressionante disponibilidade das pessoas em fornecer e aprimorar informações tem feito com que a credibilidade da Wikipédia seja semelhante à da Enciclopédia Britânica. Claro, que ela não é infalível, mas tem um controle editorial coletivo. Isso garante certa credibilidade e faz com que a enciclopédia seja respeitada mundialmente.

Como a Wikipédia que causava apreensão por permitir que não especialistas pudessem propor conteúdo, assim também a Oficina de Liderança sempre incentiva às empresas a utilizarem estratégias de coparticipação no desenhar do futuro desejado, na criação de suas regras de funcionamento, no estabelecimento de seus Valores. O compromisso assumido por um participante que constrói conjuntamente é altamente superior ao daquele que apenas cumpre o que alguém lhe determinou.

A biblioteca de Alexandria, marco do desejo de reunir todo o conhecimento humano em um único lugar, está integralmente e muito mais completa a cada segundo, na ponta dos dedos de quem consulta a Wikipédia. Este é um futuro desejado e realizado. Viva a capacidade realizadora e colaborativa do ser humano e que essa capacidade possa superar todas as suas tristes mazelas.

Café com a Oficina: A liderança e a capacidade de perceber talentos 

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Algumas pessoas em função de liderança, são incapazes de ver o talento quando ele ainda é um potencial. Outros, são incapazes de ver uma pessoa talentosa, mesmo quando todas as evidências já o demonstram.

Estar atento às possibilidades do outro e proporcionar desafios que possibilitem que o talento viceje é condição para que uma pessoa seja considerada um líder de pessoas e não apenas um chefe. Esse tipo de liderança atrai pessoas que conquistam resultados e proporciona um excelente ambiente de trabalho.

Imagine então a responsabilidade de um professor em ajudar um aluno a encontrar o melhor uso para seu talento. É preciso ver além do óbvio, ser capaz de ir além do senso comum.

Quando isso não acontece, o aluno (ou o membro de uma equipe em uma empresa) pode nem perceber, e apenas se adequa a ser menos do que poderia, leva uma vida inferior àquela que teria possibilidade se tivesse cruzado com um descobridor de talentos.

Algumas pessoas, no entanto, não se sujeitam a ter seus talentos subjugados. Esse é o caso de Laura Green. Veja como ela se sentia:

“Não havia nenhum planejamento de carreira na escola para mim. Eu só passava o tempo e era passada para a próxima série. Depois de três anos eu disse ‘chega’ e deixei”.

Ela, deixou a escola de lado e, com o apoio de sua família, estes sim alavancadores de talento, hoje é uma empresária de acessórios de moda.

Laura tem Síndrome de Down e isso não a impediu de desafiar padrões e realizar seus sonhos, passando por cima de preconceitos e inaptidões de pessoas que deveriam apoiá-la, mas não o fizeram.

Ela cutuca reflexões em quem tem seus talentos subjugados e em quem deveria enxergar potenciais.

Ela abre caminhos – e se torna uma alavancadora de potenciais. Valeu Laura!

Para conhecer um pouquinho mais de Laura: bbc.in/1RqSBFq 

Café com a Oficina: O aprendizado no contar e ouvir histórias

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Desde tempos imemoriais mulheres, homens e crianças têm se reunido em torno do fogo, para contar e ouvir histórias. Uma boa história aguça os sentidos, provoca a imaginação, inicia desejos, planta a semente de sonhos, amalgama a cultura.

Com o passar dos milênios chegamos a um estágio onde as histórias são contadas em tela grande, comtécnicas que querem fazê-la envolver a plateia quase que à força, 3D, 4D, XTREME e outras tantas. Mas um bom enredo ainda é insuperável para que a história seja inesquecível e não um amontoado de belas imagens e sons da mais alta tecnologia.

De uns tempos para cá o termo storytelling, que é mais um dos anglicismos que tenta entrar nos dicionários da língua portuguesa, está invadindo a área empresarial. Deixando de lado a briga linguística, contar boas histórias pode mesmo ser um meio muito favorável de provocar aprendizado, envolver para resultados e muito mais. Assim como uma boa história cativa públicos da literatura, do cinema, da televisão, do teatro, dos videogames, das propagandas, ela também pode ser um belo elemento para ajudar a estabelecer ligações interpessoais e vínculos duradouros com conceitos, facilitando o aprendizado.

Um exemplo da força que pode ter uma história:

Se você quiser explicar a alguém o conceito de resiliência, este poderá ser um momento enfadonho ou de baixa compreensão. Mas se você contar uma história pode ser que tudo fique mais claro e envolvente. Era uma vez uma moça, muito bonita, bem nascida e estudiosa que aos 25 anos de idade sofreu um acidente de carro, ficou 5 meses internada, 2 deles com respirador artificial. Deixou o hospital sem nenhum movimento do pescoço para baixo, e, mesmo assim, três anos depois começou uma ONG que depois de 20 anos continua viva como um Instituto que apoia pesquisas para cura de paralisias e faz projetos de inclusão social para atletas e outras pessoas com deficiência.

O fato de passar à condição de ser uma pessoa tetraplégica não minou seus sonhos. Foi a primeira titular da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da cidade de São Paulo e com isso, a cidade que tinha 300 elevou para 3 mil o número de ônibus acessíveis com bancos largos para obesos e piso baixo para cadeirantes. Conquistou muitas outras coisas, movendo apenas o pescoço, mas deixando muito ativo seu cérebro e cuidando sempre e sempre de seu corpo paralisado. Há doze anos é colunista da Revista TRIP e suas 50 melhores crônicas foram reunidas no livro Íntima Desordem e também tem colunas em vários jornais e portais da internet onde conta histórias de pessoas com deficiência que superam seus limites.

Foi eleita vereadora e depois reeleita como a mulher mais votada do Brasil. Foi eleita e agora reeleita deputada federal – e, lembrando que apenas os músculos de seu pescoço para cima estão ativos – faz cada dia mais diferença na vida de 30 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência que existem no Brasil.

Depois de 21 anos de seu acidente, ela conseguiu com esforço contínuo em exercícios, fisioterapia e muita força pessoal, recuperar parte dos movimentos do braço e conseguiu conduzir sua cadeira de rodas sozinha, pela primeira vez. Resiliência? Na história dela tem muito mais exemplos, que este pequeno extrato não trouxe.

Conte histórias, como esta sobre a Mara Gabrilli, que envolvem, fazem aprender, refletir e mudar!

Para saber mais: http://maragabrilli.com.br/

Foto: divulgação